Julia, 18 anos, e Gustavo, 14 anos, cresceram ouvindo falar em dinheiro, poupança, futuro, orçamento… E não podia ser diferente. Eles são filhos da professora Celina Macedo e do consultor de finanças pessoais do Itaú e professor das disciplinas de Finanças Pessoais e Finanças Comportamentais da UFSC, Jurandir Sell Macedo Júnior.

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Celina vem de família rica. Jurandir teve que dar duro para estudar e trabalhar. Casaram-se em 1987. Foi quando Celina compreendeu que para ter dinheiro é preciso trabalhar muito, ter dedicação, força de vontade, competência e, principalmente, gastar um pouco menos do que se ganha.

Em 1993 nasceu a Júlia e, quatro anos depois, Gustavo. E as lições financeiras foram repassadas às crianças.

– Filhos que conhecem seus limites e são autônomos, quando adultos saberão lidar com seus desejos, necessidades e objetivos com mais tranquilidade. Saberão planejar suas vidas, inclusive a financeira, porque aprenderam a fazer escolhas e a aproveitar as oportunidades. Possivelmente esses filhos terão sucesso pessoal e profissional – explica Celina.

O casal de educadores financeiros defende a adoção da semana ou mesada à criança, sob a argumentação de que este é o primeiro passo para a construção da liberdade financeira do filho.

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– Se desde cedo ele se organizar financeiramente para alcançar os próprios objetivos, o dinheiro será um aliado nesta busca. Será a solução, não o problema – explica.

Na casa de Celina e Jurandir Macedo, educação sempre esteve à frente de qualquer necessidade. Nunca encararam mensalidade escolar, livros, viagens, aulas de línguas, música, artes e esportes como custo, e sim como investimento. Mas nem por isso Julia e Gustavo ganhavam tudo o que pediam. Aprenderam a dar valor ao dinheiro desde pequenos.

No livro de Celina, cada um dos filhos escreveu um depoimento. Leia alguns trechos:

“Como não via meus pais gastando muito, até hoje não gosto de gastar no que não é necessário. Diferente das minhas amigas, não sinto nenhum prazer em comprar roupas e só compro se eu realmente gostar. Muitas vezes vejo, gosto e não compro. Se ficar pensando na roupa ou no sapato em casa, volto à loja e adquiro – isso se o valor estiver de acordo com o meu orçamento”.

Julia, aos 17 anos

Quando o assunto é economizar, tenho uma lembrança muito forte de quando comecei a surfar. Claro que eu queria ter a minha própria prancha, e meu pai se comprometeu a me dar uma. Mas, para conquistá-la, tive que me tornar um verdadeiro fiscal na minha casa. A condição era simples: nossa conta de luz estava muito alta; minha missão era diminuí-la. Se eu conseguisse baixar a conta, ganharia minha prancha. Toda vez que alguém esquecia uma luz ligada eu ia correndo para apagar. Com isso, consegui diminuir a conta significativamente. No dia em que atingi a meta, fomos comprar minha prancha”.

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Gustavo, 14 anos