Atendendo a um pedido dos filhos do ex-ministro José Dirceu, o deputado Nilmário Miranda (PT-MG) apresentará na próxima semana um requerimento na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para que um grupo de deputados visitem o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O objetivo é checar se o condenado no processo do mensalão tem regalias no presídio, argumento utilizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para retardar a transferência de Dirceu para o regime semiaberto.

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Joana Saragoça e o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filhos de Dirceu, procuraram Miranda preocupados com as condições apresentadas pelo petista nos últimos dias e com o esgotamento dos recursos jurídicos para tirar Dirceu do cárcere. Eles alegaram que a saúde de Dirceu vem se deteriorando nos últimos dias.

– Todos os condenados (do processo do mensalão) estão no semiaberto, menos José Dirceu. Eles acham que há violação de direitos e das normas de execução penal – afirmou Miranda, que é ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e vice-presidente da comissão permanente da Câmara.

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Miranda disse que gostaria de formar uma comissão suprapartidária, com deputados de partidos que não compõem a base aliada do governo. Após a visita, um relatório sobre a visita seria encaminhado ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. -Não tem nenhuma conotação política, é uma questão de direitos humanos. A comissão não admite o uso partidário da comissão – disse o deputado.

Segundo Miranda, a comissão faz esse tipo de atendimento a outras famílias e que os deputados devem também visitar as mulheres dos presos vítimas da violência no Complexo de Pedrinhas, no Maranhão.

– Eles (filhos de Dirceu) têm o direito de apelar e a Comissão de examinar – afirmou.

Zeca Dirceu argumenta que não há privilégios para o pai na Papuda.

– Ao contrário disso, meu pai tem sido perseguido e tido seu direito ao trabalho constantemente adiado – diz.

Ele acredita que uma manifestação da comissão seria importante porque pelos meios judiciais a família tem encontrado dificuldades.

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– A justiça não está permitindo um direito ao meu pai e está usando subterfúgios com possíveis investigações sobre supostos privilégios que não são realidade – afirma.

Zeca diz que seu pai está “abatido” e “desanimado” e nesta semana estaria, inclusive, com uma virose. O deputado não soube dizer se seu pai pediu algum atendimento relativo a sua saúde.