O homem de 40 anos suspeito de matar e enterrar o pai e a madrasta idosos movimentou contas do casal, conforme aponta apuração da Polícia Civil. As quantias em dinheiro começaram a ser sacadas na segunda-feira-feira (23), um dia após familiares terem relatado o desaparecimento de Ivo Romano Lerner, 63 anos, e Ana Rita Zanelle, 68 anos. Os detalhes da investigação foram repassados ao A Notícia pelo delegado Eduardo de Mendonça, que assumiu o caso nesta semana.
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O que se sabe e o que falta ser esclarecido sobre caso de idosos mortos no interior de SC
Ainda não é possível saber quanto foi retirado das contas bancárias no total, apenas que houve diversas movimentações entre segunda e quarta-feira (25), um dia antes de os cadáveres terem sido encontrados. Quando foi preso, inclusive, além de passagens de ônibus com destino a São Paulo, o filho de Ivo estava com R$ 4 mil na mochila.
— Pedimos acesso aos extratos bancários ao banco e estamos esperando as respostas. Mas, estima-se que [tenha retirado], no mínimo, R$ 10 mil, que é o que a família nos passou, eles têm acesso. Mas o valor oficial a gente só conseguirá com o banco mesmo — destaca o investigador.
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O que se tem de concreto é que o suspeito fez compras no cartão de crédito e também em um supermercado. A principal linha de investigação aponta que ele tenha cometido os assassinatos por questões financeiras.
Inclusive, Saul Bogoni Júnior, delegado que iniciou a apuração deste caso, disse que, apesar de não haver histórico de briga entre a família, testemunhas relataram divergências financeiras recentes.
— Uma das testemunhas disse que ele devia dinheiro para ela, que foi cobrar e ele a ameaçou. Esse dinheiro era sobre um aluguel em um local em que ele já morou, mas ainda estamos levantando melhor essas informações para ver se elas batem — complementa o delegado Eduardo de Mendonça.
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Polícia aguarda laudo cadavérico para confirmar causa das mortes
Além de confirmar a autoria dos crimes, a Polícia Civil ainda aguarda o resultado do exame cadavérico do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar as causas das mortes dos idosos.
A princípio, a suspeita é de que Ivo e Ana Rita tenham sido mortos a tiros, já que as vítimas tinham perfurações na cabeça e no corpo.
Na quinta-feira (26), quando os cadáveres foram encontrados, familiares do casal entregaram aos policiais uma espingarda que pode ter sido utilizada para cometer os assassinatos. A arma tinha documentação e é registrada no nome do suspeito. A Polícia Científica irá fazer a análise para descobrir se os tiros partiram, de fato, desta espingarda.
Suspeito foi visto usando trator no local em que corpos foram enterrados
Ivo e Ana Rita tinham um relacionamento de pouco mais de um ano e moravam sozinhos na propriedade rural, que fica na localidade de São José do Maratá, no interior de Porto União. O homem preso pelos assassinatos mora a cerca de 150 metros da casa, também é agricultor e trabalhava junto da família nas lavouras de soja e milho.
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O delegado Saul Bogoni Junior contou ao AN que ele foi visto por vizinhos na segunda-feira (23) arando a terra com um trator a cerca de 400 metros da casa, no mesmo local em que os cadáveres estavam. A ação levantou suspeita de testemunhas porque está fora da época de plantio.
Quando foi detido, ele estava com passagens compradas para embarcar para São Paulo na noite de quinta-feira, o que levanta a hipótese de que estaria tentando fugir. A princípio, ele é o único e principal suspeito pelo crime e segue preso.
Quem encontrou os corpos
De acordo com familiares, os idosos estavam desaparecidos desde a noite de 22 de outubro e um boletim de ocorrência relatando o sumiço foi registrado no dia seguinte. Um parente de Ivo relatou nas redes sociais que ele teria visualizado o WhatsApp pouco depois das 23h e, após isso, não teve mais notícias do casal.
A partir disso, a família e vizinhos próximos foram até a morada deles e fizeram buscas pelo terreno. Quem encontrou os corpos foram um dos irmãos do idoso e sobrinhos dele em uma área destinada para plantio. Eles suspeitaram porque a terra estava mexida, cavaram o local com pás e acharam as vítimas já em decomposição, enroladas em lonas de plástico.
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Ainda conforme Bogoni, não há testemunhas do momento do fato em si, mas há indícios que apontam que o casal teria sido morto enquanto dormia, já que havia diversas manchas de sangue na parede e no chão do quarto, além do banheiro e rastros em outros cômodos da casa.
Os pertences do casal, no entanto, estavam intactos e o imóvel não estava revirado, como relataram parentes. Um colchão queimado foi encontrado no terreno e havia marcas do pneu do trator onde os cadáveres foram encontrados.
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