É impossível esquecer um filho. É assim que Joanir Maria Martins, de 60 anos, sintetiza a longa espera de quatro décadas para que pudesse, enfim, reunir-se com seu primogênito outra vez. E foi o filho quem a achou. Ele, de quebra, ganhou uma nova família.
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Antônio Marcos tinha cinco meses e Joanir se via grávida outra vez. Sem condições de sustentar o menino, decidiu que o melhor para ele seria viver com os avós paternos. Quando a segunda criança estava com oito meses, o pai saiu de casa.
Luiz Miguel, o caçula, ficou com uma família de São Bento do Sul. O destino do menino até hoje é uma incógnita. Três anos depois, Joanir encontrou um novo companheiro. Eles têm uma família com oito filhos em Rio Negrinho.
– Sempre quis saber como os dois estavam e esperava que tivesse feito o melhor ao deixá-los – disse.
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Marcos teve uma trajetória tão complicada quanto a da mãe. Sua avó morreu quando ele tinha nove anos. Como o avô casou de novo e Marcos não se deu bem com a nova mulher, saiu de casa e passou a viver na rua, às vezes abrigado por outras famílias.
Sem lembranças da mãe e dos irmãos, apenas com o registro de nascimento como pista, contou com a ajuda da companheira, Fabiane. O casal mora em Jaraguá do Sul.
As buscas de Marcos o levaram a encontrar um boletim de ocorrência de desaparecimento feito por Joanir. Ela procurava o antigo marido. Mal sabia a mãe que o registro a traria tanta felicidade.
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O filho, que desde os 19 anos procurava por ela, conseguiu seu endereço no documento oficial. O encontro tão esperado finalmente aconteceu neste fim de semana, em Rio Negrinho. Marcos conheceu ainda outros três irmãos.
– Entendo que minha mãe fez o que julgava melhor para mim. Eu não tinha quase ninguém e agora tenho uma família enorme. Preciso pedir mais? – resumiu Marcos.