Desde aquele 10 de abril de 1970, quando Paul McCartney anunciou publicamente a dissolução dos Beatles, o mundo sonhava em ver os Fab Four reunidos outra vez.
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O sonho acabou quando John Lennon foi assassinado, em 1980 – mas agora os sobrenomes famosos podem novamente formar uma banda. Por ironia histórica, quem acenou com a (embora remota) possibilidade foi um dos filhos de Paul, James McCartney.
Em uma recente entrevista à BBC, o londrino de 34 anos, único filho homem do casamento de Paul e Linda McCartney, disse já ter pensado em montar uma banda com os filhos dos demais Beatles.
– Sean (Lennon) pareceu interessado, Dhani (Harrison) também – afirmou.
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James deu a entender que Zak Starkey, filho de Ringo, não teria interesse na reunião, mas que a ideia talvez agradasse a Jason, irmão de Zak e também baterista. Questionado sobre a possibilidade de o projeto virar realidade, James foi vago:
– Com a vontade de Deus e a ajuda da natureza, quem sabe.
Especulação
Tudo o mais que tem sido dito é pura especulação, e não ficou claro se a reunião seria em torno das músicas dos pais ou de composições dos filhos. A ideia de assistir aos herdeiros dos Beatles tocando suas músicas é um tanto apavorante e até improvável.
Embora James McCartney, Dhani Harrison e Sean Lennon tenham lançado bons discos, os três demonstraram ter em comum (além da ascendência beatle) a vontade de trilhar caminhos independentes do legado dos pais.
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Sean Lennon, 36 anos, caminhou nos últimos 15 entre a música experimental, o rock, o jazz e a bossa nova – influência marcante em sua estreia, Into The Sun, de 1998. Colaborador intenso nos projetos de sua mãe, Yoko Ono, Sean não nega a influência de John, e chegou a participar de um show em sua memória, em 2001, cantando clássicos dos Beatles como Julia e Across the Universe. No entanto, sempre fez questão de dizer que buscava um espaço em que sua música fosse mais importante que seu sobrenome.
Fisicamente, Dhani Harrison, 33, parece a reencarnação de George. Ao ouvi-lo em sua banda, Thenewno2, passeando entre o indie rock contemporâneo ou flertando com o rap, fica claro que Dhani herdou do pai o senso de comunhão com músicos que admira – logo, é bem possível que encarasse a tal reunião como uma demonstração de amor.
Por fim, é provável que Jason Starkey, filho de Ringo, continue tocando bateria. Mas, aos 44 anos, não parece fazer muita questão de aparecer. Ele definitivamente não tem o mesmo currículo do irmão, Zak Starkey, baterista que acompanhou The Who e Oasis na estrada durante anos. Depois de ter dito, certa vez, que ser filho de Ringo Starr era um fardo, seria difícil Jason nos fazer engolir sua participação em uma união como essa.
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Sean Lennon
O filho mais novo de John Lennon tem uma carreira longa como músico. Entre muitas colaborações, gravou com Albert Hammond Jr., do Strokes, lançou dois álbuns solo, participou dos discos da Plastic Ono Band e produziu a Soulfly de Max Cavalera.
James McCartney
Com a mesma veia pop do pai, James ainda não mostrou, no entanto, o mesmo talento para compor hits. Lançou dois EPs, em 2010 e 2011. Porém, sua iniciativa de maior sucesso foi causar esse rebuliço da possível união com os filhos dos “tios” Beatles.
Jason Starkey
O segundo filho de Ringo Starr é baterista como o pai e o irmão (bem) mais conhecido, Zak. Jason enfrentou problemas com as drogas e com a polícia nos anos 1980, tocou em diversas bandas e hoje é um pai de família relativamente anônimo.
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Dhani Harrison
Debutou como músico concluindo o disco Brainwashed, que seu pai deixou incompleto ao morrer, em 2001. Apaixonado por automobilismo como George, Dhani gravou guitarras em faixas não lançadas dos Travelling Wilburys, sob o pseudônimo Ayrton – homenagem a Senna.