Acusado de assassinato, corrupção e recrutamento de mercenários, o filho do ex-ditador líbio Muamar Kadafi pode ser vítima de uma lei criada pelo próprio pai: a pena de morte.

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O Tribunal Penal Internacional (TPI), vinculado às Nações Unidas, autorizou a Justiça da Líbia a conduzir o julgamento de Saif Al Islam, capturado no dia 19 na fronteira com o Níger. Na terça-feira, o ministro da Justiça e Direitos Humanos da Líbia, Mohammed Allagui, reuniu-se com o procurador do TPI, Luis Moreno-Ocampo, e recusou-se a entregar Islam para a Justiça internacional.

Moreno-Ocampo está em Trípoli, capital líbia, para reuniões com as autoridades do país sobre os julgamentos de Islam e do ex-chefe dos Serviços Secretos da Líbia Abdallah Al Senoussi, cuja captura não foi confirmada. Em decorrência de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Líbia está obrigada a cooperar com o TPI, mas a medida não inclui a questão dos julgamentos. O caso de Islam e Senoussi gera polêmicas porque organizações não governamentais temem a falta de isenção.

Saif al-Islam, 39 anos, que durante muito tempo foi apresentado como o eventual sucessor do pai Muamar Kadafi, foi detido no sábado no sul da Líbia. Desde 27 de junho ele era objeto de um mandato de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), suspeito de crimes contra a humanidade cometidos durante a repressão da revolta que terminou com a queda do regime de seu pai.

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