Uma criança de três anos, filho da mulher assassinada com um amolador de facas em Morro da Fumaça, no Sul de Santa Catarina, tentou impedir que ela fosse agredida pelo ex-companheiro. É o que diz a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) apresentada nesta semana à Justiça. O crime ocorreu em 10 de junho em Morro da Fumaça, no Sul do Estado, após o suspeito ter lido mensagens no celular da vítima que o deixaram com ciúmes. Ele segue preso.

Continua depois da publicidade

Saiba como receber notícias do NSC Total no WhatsApp

De acordo com as investigações, o casal teria terminado o relacionamento em 2022 quando o homem já teria tentado matar mulher. Na época, os dois moravam em outro Estado. Após conseguir medidas protetivas de urgência, ela se mudou para Morro da Fumaça. Mas, não satisfeito, o suspeito acabou se mudando para o município vizinho.

Com medo, a mulher permitiu que o ex-companheiro continuasse frequentado a casa onde morava com os filhos.

Namorado leu mensagens de mulher antes de matá-la na frente dos filhos em SC

Continua depois da publicidade

No dia do crime, segundo a denúncia, o suspeito teria ficado enciumado após a ex-companheira receber uma ligação e não ter deixado ele mexer no celular. O homem, então, teria começado a agredi-la. Além disso, pegou uma faca na cozinha, chutou a porta do quarto onde a vítima tinha se trancado, e passou a golpeá-la, acertando o pescoço e a palma da mão esquerda.

Neste momento, conforme o MP, um dos filhos do ex-casal, de três anos, tentou defender a mãe, batendo no pai para que ele parasse.

Já a noite, por volta das 22h20, o homem teria acessado o celular da vítima, sem autorização, e partiu novamente para cima de Aline, iniciando uma nova rodada de agressões. Ela foi atacada com um mata-leão no pátio da casa, além de ter sofrido vários ferimentos por meio de golpes de faca e amolador de facas.

Ainda de acordo com a denúncia, o homem também tentou estrangular a mulher, mas foi interrompido por vizinhas. Por fim, ele pegou um capacete e bateu na cabeça da vítima. O suspeito chegou a fugir, mas foi preso ao retornar ao local. A denúncia alega que ele também teria enviado fotos e vídeos da mulher quase sem vida para parentes.

Continua depois da publicidade

— Haja vista que o denunciado matou sua ex-cônjuge em virtude de ciúmes, sentimento que já vinha exteriorizando anteriormente aos fatos, por ter visualizado mensagens e ligações no aparelho celular dela, bem como por não ter se conformado com o término do relacionamento e com a possibilidade de a vítima estar se relacionando com outros homens — explica o promotor Elias Albino de Medeiros Sobrinho, da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Urussanga.

O promotor explica que o crime também ocorreu por meio que dificultou a defesa da vítima, que estava sob efeito de calmantes. Outro ponto foi o meio em que ela foi assassinada, já que o companheiro a estrangulou e a golpeou várias vezes.

— Não bastasse, a vítima sofria violência psicológica, tendo sido constantemente ameaçada pelo ex-cônjuge durante e após a união conjugal, circunstância que fez com que não deixasse a residência. Além disso, a infração penal foi executada na presença dos dois filhos mais novos do ex-casal, que também se encontravam na residência — diz o promotor.

O homem foi denunciado por homicídio com quatro qualificadoras: motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima, meio cruel e feminicídio. Também foi denunciado lesão corporal por violência doméstica contra a mulher. Agora, a denúncia será analisada pela Justiça, que decidirá se ele irá julgado pelo júri popular.

Continua depois da publicidade

Saiba como denunciar a violência doméstica:

Leia também:

Vítima de feminicídio em SC recebia ameaças e estava empolgada com neto: “Mulher de luz”

Com 10 casos por hora, SC enfrenta onda de violência doméstica

Mulher é hospitalizada após ser esfaqueada enquanto dormia em SC