Contratações de forma suspeita, que teriam favorecido a mesma família, e um possível superfaturamento no serviço de coleta de lixo viraram caso de polícia em Pomerode. Nesta terça-feira (30), mandados foram cumpridos nas casas de empresários e servidores investigados. Um dos funcionários públicos acabou preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
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Delegado responsável pelo caso, André Beckman conta que em maio deste ano o Samae de Pomerode não renovou o contrato com a responsável pelo recolhimento do lixo na cidade desde 2022 e optou por chamar, sem licitação, outra empresa. Dos R$ 204 por tonelada de resíduo recolhido, a autarquia passou a pagar R$ 350, um aumento de 71%.
O provável superfaturamento chamou a atenção, assim como outro detalhe, revela ainda o delegado: em 2021 o Samae também contratou uma empresa sem licitação, que pertencia à mãe da proprietária da companhia escolhida neste ano. Não à toa, a operação desta terça foi batizada de Hereditarium, em alusão às empresas de mãe e filha, com registro em Blumenau e Rio do Sul.
Foram cumpridos seis mandados de buscas em imóveis em Pomerode, Blumenau, Joinville e Timbó. Na casa de um dos quatro servidores suspeitos havia uma arma de fogo. Como o homem não tinha a documentação necessária para mantê-la, foi detido em flagrante. Os agentes encontraram também 5,5 mil dólares em uma das residências e recolheram computadores e documentos.
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Os nomes dos funcionários, um deles de cargo comissionado, não foram revelados, assim como a identidade dos três empresários envolvidos. A investigação continua e, por ora, a suspeita é que o grupo tenha cometido os crimes de peculato, contratação direta ilegal e organização criminosa.
Contraponto
Por nota, a prefeitura de Pomerode disse que afastou o servidor preso em flagrante e que instaurou uma sindicância para apurar os fatos, “considerando que o Samae é uma autarquia com administração independente. Se identificadas e comprovadas irregularidades, serão tomadas as providências cabíveis. O Município de Pomerode ressalta que se coloca à disposição para colaborar nas investigações”, diz o texto.
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