A filha do médico que foi citado no laudo falso apresentado pelo candidato à prefeitura de São Paulo (SP), Pablo Marçal (PRTB), contra o candidato Guilherme Boulos (PSOL) moveu uma ação contra o ex-coach, nesse sábado (5). Ela também pediu a inelegibilidade dele “a título de urgência”.
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Carla Maria de Oliveira e Souza, filha de José Roberto de Souza, é representada pelo advogado Felipe Torello Teixeira Nogueira. O pai dela aparece no documento divulgado por Marçal como o médico que teria atendido Guilherme Boulos em um surto por uso de cocaína.
Porém, o médico morreu em 2022, e segundo a família nunca trabalhou na capital paulista, nem na clínica “Mais Consultas”, no bairro Jabaquara, citada no laudo. Ele seria hematologista, e nunca teria atuado com psiquiatria, ainda afirma a ação.
O advogado Gabriel de Britto Silva alega que a ação “tem por objetivo invalidar condutas ilícitas que lesem, dentre outras, a moralidade administrativa e os princípios da Administração Pública.”
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Aline Garcia de Souza, outra filha de José Roberto que tem a assinatura do pai tatuada, diferente do que aparece no documento, foi entrevistada pela TV Globo. Ela diz não entender como o nome e CRM do pai foram parar no laudo.
— Não entendi até porque meu pai não estava ligado em questões políticas, nunca esteve. É descabível usar o nome de quem nem está mais aqui para se defender. Sempre foi uma pessoa íntegra — afirma.
A publicação foi removida das redes sociais após uma determinação da Justiça Eleitoral. A suspensão dos perfis do candidato no Instagram também foi determinada pela Justiça. Ainda, o ministro Alexandre de Moraes intimou o candidato do PRTB para depor por ter usado o X enquanto a rede social segue proibida no Brasil.
Já a campanha de Boulos protocolou um pedido de prisão e cassação da candidatura de Pablo Marçal após o episódio.
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Dono de clínica já foi condenado
O dono da clínica Mais Consultas, responsável pela emissão do laudo, Luiz Teixeira da Silva Junior, foi condenado por falsificar diploma de curso de medicina e ata de colação de grau.
A conta do Instagram do médico foi desativada após a repercussão do falso documento. No perfil, ele se apresentava como patologista clínico, perito judicial, escritor, diplomata adido de saúde, e aparecia ao lado de famosos.
Ele também aparecia em foto ao lado de Pablo Marçal usando um jaleco com o símbolo do Hospital Albert Einstein. O hospital afirmou em nota que “o profissional em questão nunca atuou em suas unidades ou em qualquer outra atividade administrada pelo Einstein”.
*Com informações do g1
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