A sexóloga cubana Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro, anunciou nesta terça-feira que alguns casamentos simbólicos serão celebrados por pastores protestantes no próximo sábado, como parte das festividades do dia nacional contra a homofobia.
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À frente de uma cruzada contra a homofobia na ilha comunista, Mariela tentou aprovar, como deputada e diretora do Centro Nacional de Educação Sexual, a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo em um país onde os homossexuais foram perseguidos após a revolução de 1959.
– Nós não poderíamos fazer o casamento, mas queríamos fazer uma festa modesta de amor com alguns líderes religiosos que sempre nos acompanham – disse Mariela Castro em uma coletiva de imprensa para divulgar a programação do Oitavo Dia Nacional Contra a Homofobia.
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– A ideia surgiu quando vi um casamento coletivo em Toronto (no Dia do Orgulho Gay) e fiquei com vontade de fazer algo aqui, mas como tudo aqui é feito também levando em conta os ativistas, sentimos que era melhor começar com algo mais humilde para ver como é – explicou.
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Ela disse que os casamentos simbólicos são destinados a “alguns casais que queiram participar desta celebração simples, modesta de amor”, como parte do Dia Contra a Homofobia, dedicado este ano à defesa dos “espaços de trabalho” da comunidade LGBTI (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais).
– Este ano começamos a trabalhar os direitos no local de trabalho (…) porque temos visto que a maior vulnerabilidade das pessoas LGBTI (…) está no espaço de trabalho, na escola também – afirmou.
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Ele lembrou que, no novo Código do Trabalho de Cuba, em vigor desde junho de 2014, “foi possível pela primeira vez eliminar a discriminação com base na orientação sexual”. Mesmo assim, o texto ainda não abarca o conceito de “identidade de gênero”.
Acabar com a discriminação baseada na orientação sexual “é uma coisa maravilhosa, mas eu, pessoalmente, não estou satisfeita, porque não conseguimos incluir o conceito de identidade de gênero”.
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Mariela Castro é o rosto da luta pelos direitos dos homossexuais em Cuba, onde foram perseguidos nos primeiros anos de regime comunista de seu tio Fidel Castro (1959-2006) – sendo submetidos a internamento forçado em campos de trabalho nos anos 60, além de serem socialmente marginalizados.
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*AFP