Ao apurar o vazamento de informações fiscais sigilosas de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB) e líderes tucanos, a corregedoria da Receita Federal descobriu que dados da filha do candidato, Verônica Serra, também foram acessados, aumentando a polêmica entre o partido e seu principal adversário, o PT de Dilma Rousseff.
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A consulta ocorreu em 30 de setembro de 2009 e, segundo a Receita, se deu por solicitação da contribuinte.
Por meio de nota ontem à noite, a Receita afirma que há documentos que provam que o acesso feito pela servidora Lúcia de Fátima Gonçalves Milan nos dados sigilosos da filha do tucano foi feito “por necessidade de trabalho, de forma legalizada”.
À tarde, a Receita anunciou que Lúcia de Fátima e outra servidora, Ana Maria Caroto Cano, entrariam no rol de acusadas de envolvimento no acesso ilegal de dados que já atingiu o vice-presidente do PSDB Eduardo Jorge e outros três tucanos. Como Lúcia de Fátima, conforme a Receita, provou ter consultado as informações de forma legal, o órgão cogita excluí-la do rol de acusadas.
As duas se juntariam às funcionárias Adeildda Ferreira Leão dos Santos e Antônia Aparecida dos Santos Neves Silva, já investigadas e indiciadas por ligação com o episódio.
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O acesso às informações de Verônica não ocorreu no terminal em que trabalha Adeildda. Por isso, a Receita investiga se os dados teriam sido coletados em outro terminal, na delegacia de Santo André.
Mais cedo, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, teceu críticas ao governo federal e disse haver uma ameaça à democracia no episódio.
– Isso é muito grave – disse.