Karen Berendique, filha do cônsul honorário do Chile em Maracaibo, na Venezuela, morreu no sábado após ser atingida por disparos de policiais que, em um ato falho, atingiram o carro em que ela estava com os irmãos, confirmaram as autoridades.
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O cônsul Fernando Berendique, que vive há 30 anos na Venezuela, declarou à imprensa local que atiraram contra sua filha de 19 anos “quando ia a um reencontro com amigos de colégio”. Fernando indicou que seus filhos e outro jovem que os acompanhava ignoraram o pedido para pararem o veículo por acreditarem que poderiam ser vítimas de delinquentes.
Os agentes haviam instalado um posto de controle no norte de Maracaibo, a 650 quilômetros a oeste da capital, Caracas. Os policiais não possuíam nenhum tipo de identificação e portavam armas automáticas, disse Fernando. Em Maracaibo, como em todas as principais cidades venezuelanas, assaltos a mão armada são frequentes.
– Eles vieram de repente e, a quatro quadras da minha casa, os interceptaram. Estavam armados. Pediram para parar, mas os meninos ficaram nervosos porque era noite. O mínimo que se pode esperar é que a polícia acenda as luzes (das patrulhas). Não fizeram e atiraram várias vezes – contou o cônsul.
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– O primeiro tiro foi no parabrisas, quando meu filho rapidamente tentava fugir. Ao ver que Karen estava inconsciente e ferida, parou. Os agentes se identificaram e disseram que atiraram porque não pararam o carro – acrescentou.
O Corpo de Investigações Penais e Criminalísticas (CICPC) condenou o incidente e afirmou que ficou evidente o ato falho policial. A jovem morreu ao sofrer três tiros, informou o órgão.
– Repudiamos estes tipos práticas policiais falhas. É um ato lamentável, fora de padrão com a verdadeira missão – disse o diretor do CICPC, José Humberto Ramírez.
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À noite, o Ministério de Interior e Justiça expressou, em comunicado, “palavras de condolência e pesar à família Berendique, igualmente garantindo que o feito e seus responsáveis serão investigados e punidos com absoluta firmeza e objetividade”.
Além disso, o texto diz que foi “instruída a detenção” dos 12 policiais envolvidos na “prática irregular” de colocar um posto de controle sem atender as normas que regulam sua instalação.