A filha do idoso de 69 anos encontrado morto no Sul de Santa Catarina afirmou à Polícia Civil que encomendou o assassinato do pai dela, durante depoimento prestado na segunda-feira (14). A informação é do delegado Jorge Girardi, que investiga o caso. Segundo ele, a mulher não demonstrou qualquer tipo de arrependimento.

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Agenor Della Bruna morava em Balneário Rincão, no litoral Sul catarinense. A casa dele e o carro foram incendiados. O corpo foi encontrado no município vizinho, Nova Veneza, com sinais de tortura e agressões.

Conforme o delegado Girardi, a mulher disse em depoimento que odiava o pai. Ela afirmou que a vítima era violenta e já havia batido várias vezes nela, nos irmãos e na mãe.

— Ela disse que o pai batia muito nela, na mãe. A família era formada por quatro mulheres e um homem. O pai era muito agressivo — diz o delegado.

Além dela, outras quatro pessoas foram identificadas como suspeitas pelo crime, sendo três adultos e um adolescente. O grupo roubou itens pequenos, como uma televisão, uma gaita e um botijão de gás, além do carro da vítima, que foi encontrado incendiado.

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Os suspeitos entraram na casa em busca de uma suposta quantia em dinheiro que o idoso teria guardada. Entretanto, tudo o que eles encontraram foram apenas R$ 500, escondidos em uma tubulação. O dinheiro também foi levado.

No depoimento, a filha deu detalhes sobre o crime. Segundo o delegado, a mulher confessou ter apertado a campainha, para que o pai abrisse o portão. Com isso, o grupo conseguiu acesso à casa. No imóvel, o homem foi torturado pelos criminosos, que buscavam a suposta quantia em dinheiro.

— Ela chegou a falar para mim, que, quando o pai estava amarrado no chão, ela quis agredi-lo, mas os demais não deixaram — diz Girardi.

A mulher disse, no entanto, que não participou do momento em que os demais suspeitos tiraram o homem da casa, para matá-lo em Nova Veneza, onde o corpo foi encontrado. Nesse momento, segundo ela, apenas os outros quatro participaram.

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Conforme o delegado, o adolescente está apreendido desde sexta-feira (11), quando foi encontrado pelos policiais. Já a filha e o outro suspeito que também prestou depoimento, seguem soltos. Como eles só falaram à polícia depois de passado o prazo para flagrante, o delegado ainda precisa pedir a prisão deles. Os outros dois suspeitos estão desaparecidos.

Girardi afirmou que deverá encerrar o inquérito ainda nesta terça-feira e encaminhar os respectivos pedidos de prisão à Justiça. Ele diz que aguarda apenas o laudo cadavérico a ser emitido pelo Instituto Médico-Legal, para finalizar o caso. O documento deverá indicar exatamente qual foi a causa da morte da vítima.

Ele diz que os suspeitos devem ser indiciados por uma série de crimes, incluindo latrocínio, ocultação de cadáver, associação criminosa, corrupção de menores, entre outros.