Pelo menos 3 mil pessoas aguardam na fila para atendimento e realização de cadastro no CadÚnico de Florianópolis. Feito por famílias de baixa renda, o cadastramento é utilizado para identificar pessoas mais vulneráveis e fornecer programas de assistência social a elas. No entanto, a espera na fila para a realização do cadastro já passa de seis meses na Capital.

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— Estão chamando pessoas de 2021 para o cadastramento, estamos em julho de 2022. Então, imagina, vai acabar o ano e eu acho que não vou ser chamado. Eu estou precisando, estou tendo despesas — contou um morador de São José à NSC TV, que não quis ser identificado.

*Fernando conta que precisou ir atrás do Auxílio Brasil quando foi demitido, no ano passado. Mas para ter acesso ao benefício, o catarinense precisa estar inserido no CadÚnico e, ao procurar um Centro de Referência (CRAS) em Florianópolis, ele recebeu a informação de que teria que aguardar. O cadastro, após atendimento na Capital, ainda precisa passar por liberação do Governo Federal, para só depois ser aprovado.

Segundo a prefeitura, as 3 mil pessoas da lista de espera estão distribuídas nos diferentes serviços – novos cadastros, revisão cadastral e averiguação cadastral. Para agilizar o atendimento, 15 novos profissionais foram contratados via concurso público.

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— Eu estou me colocando no lugar de outras pessoas, eu ainda tenho pessoas que me ajudam, meus filhos, minha família. Mas eu fico pensando em quem não tem nada, que estão passando fome. Pessoas que estão precisando muito mais do que eu — disse *Fernando.

A grande quantidade de pessoas na fila pode ser um dos reflexos causados pela pandemia, que motivou um crescimento de pessoas em situação de vulnerabilidade, segundo a prefeitura.

Nem todos os atendimentos, ainda de acordo com o órgão, são direcionados para o Auxílio Brasil. No entanto, a grande espera para o benefício acontece também por conta do período eleitoral, que deixa dúvidas em torno do protocolo e disponibilização. 

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Segundo a prefeitura, quando a situação for normalizada, todos os solicitantes serão informados. 

Para a professora de direito da Univali, Aline de Carmargo Martins Maia, o que pode auxiliar na solução do problema são ações da prefeitura nos bairros. 

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— Colocar nos bairros [o cadastramento] para que sejam mais acessíveis. E isso tem como fazer, não precisa de muita coisa. Não é o caso de ter que ter um lugar específico, é algo fácil que vai ajudar muito — afirma.

Entenda os serviços disponibilizados no CadÚnico

Novos Cadastros: cadastros novos para quem ainda não estava cadastrado no serviço;

Revisão Cadastral: checagem de cadastros desatualizados há 2 anos e que precisam ser atualizados;

Averiguação Cadastral: conferência feita, em média, a cada 2 ou 3 meses das famílias inseridas no Cadastro que recebem benefícios. Com base em informações sobre renda registrados no sistema do Governo Federal, são identificadas possíveis divergências com informações repassadas às equipes do município. Nesse caso, as famílias são orientadas para esclarecimento.

*Fernando foi um nome fictício usado para o entrevistado que não quis ser identificado.

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