Mais de 500 crianças estão na fila de espera para serem atendidos no Hospital Infantil de Joinville. A longa espera tem causado angústia e preocupação em diversas famílias, sendo necessário criar vaquinhas para conseguir o tratamento. A história dos irmãos foi contada no Jornal do Almoço, da NSC TV, nesta quarta-feira (22).
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Um desses casos é o de Isaque Cardoso, de oito anos, e seu irmão, Samuel, de seis. Eles são portadores de autismo e neurofibromatose, que provoca alteração no comportamento e no corpo. Eles precisam de uma consulta com neurologista.
— À noite eu fico com a visão ruim. Quando tem luz forte na minha cara eu fico com erros na visão — conta Isaque.
Soelen Campos, mãe deles, conta que os filhos têm dores de cabeça e visão embaçada com frequência
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— Batem nas coisas para andar, muita dificuldade com aprendizado — explica.
Samuel está na posição 257 da fila. Isaque estava na colocação 544, porém, depois de algumas semanas, mudou para 563, aumentando a espera em vez de diminuir.
— A fila não anda. Os dois entraram na fila em 2020, foram retirados sem explicação e voltaram em 2022 — ressalta a mãe.
Família cria vaquinha online
Soelen diz que os filhos também precisam de uma ressonância magnética com urgência. Ela já tentou fazer na rede pública, mas não conseguiu.

— Me sinto triste. É desesperador ver seu filho chorando de dor e não poder fazer nada. O meu filho pode perder a visão, por isso precisa de acompanhamento — lamenta.
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Por conta das dificuldades financeiras para realizar o tratamento em hospitais privados, ela decidiu criar uma vaquinha online. O objetivo é arrecadar R$ 5 mil. Até a tarde desta quarta-feira, mais de R$ 2 mil já haviam sido doados.
Para doar, basta acessar o site da campanha.
O que dizem o Hospital Infantil e prefeitura
Por nota, o Hospital Infantil, junto com a secretaria de Saúde de Santa Catarina, afirma que está buscando novos profissionais para ampliar o atendimento. Atualmente, o local tem 66 vagas disponíveis para consulta com neurologista.
Conforme o hospital, em um cenário geral, cerca de 66% dos pacientes poderiam receber atendimento na atenção primária, reduzindo a espera. Para isso, o local diz que está dialogando com a prefeitura de Joinville para melhorar os processos.
Já a prefeitura diz que Isaque foi encaminhado para consulta com neurologista em outubro do ano passado. O município diz que, caso o quadro de saúde tenha se agravado desde lá, a família deve retornar a uma Unidade Básica de Saúde para uma nova avaliação, na qual ele terá prioridade.
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