A fila de espera por uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pública em Santa Catarina passou a ter 31 pacientes na manhã desta sexta-feira (10), um aumento de 24% em relação ao dia anterior. A situação é mais grave entre crianças, com 18 pacientes igualmente divididos entre os que buscam por leitos pediátricos e neonatais.
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O Estado ainda tem 13 pacientes que aguardam um leito de UTI adulto, segundo comunicou a Secretaria Estadual de Saúde (SES). A pasta informou, ao Diário Catarinense, que os doentes têm sido plenamente assistidos enquanto esperam por uma vaga.
Do total, 42% dos pacientes na fila (13) têm problemas respiratórios. Isso envolve casos de Covid-19, que ocupavam até esta quinta (9) 26 dos 1.053 leitos de UTI ativos no Estado, mas, principalmente, o surto de síndromes gripais em Santa Catarina.
O governo associa isso aos baixos índices de vacinação. Na sexta anterior (3), quando deveria encerrar a campanha da imunização contra a gripe, o Estado precisou ampliar a iniciativa, por ter atingido só 46,7% dos grupos prioritários — a meta era chegar a 90%.
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Também por conta do surto, Santa Catarina registrava escassez de antibióticos e de outros remédios indicados para sindromes respiratórias em farmácias comerciais e unidades públicas de saúde já na semana passada.
Ainda em relação aos pacientes que aguardam por leitos, a região tratada como Grande Oeste Catarinense pela SES é a que tem situação mais problemática, com 11 pessoas à espera de uma vaga, equivalente a 35% da fila. No dia anterior, só um dos 74 leitos de UTI ativos na região aparecia desocupado.
O Sul Catarinense e o Vale do Rio Itajaí têm cinco pacientes na fila cada. Na Foz do Rio Itajaí, há mais quatro. A Serra tem três, e o Meio-Oeste, dois, enquanto a Grande Florianópolis registra uma pessoa à espera de leito.
A única região sem fila é a Planalto Norte e Nordeste, também a que tem maior oferta de leitos, com 266 ativos e 253 deles ocupados (95%) ao menos até esta quinta. No geral, a taxa de ocupação no Estado estava em 96,96%.
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O Estado corre agora para ativar 82 novos leitos de UTI. Entre eles, seis de UTI neonatal e outros oito de cuidados intermediários pediátricos já foram abertos nesta semana.
O governo estadual, sob gestão Carlos Moisés (Republicanos), diz ainda tentar manter esses novos leitos definitivamente abertos a partir do ano que vem. Isso dependeria, no entanto, de aval do governo Jair Bolsonaro (PL), já que essas vagas passarão a funcionar agora com recursos do Estado e precisariam de verba federal a longo prazo.
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