Eles seguravam os sacos de bolas, enquanto assistiam ao treino do Figueirense. Do lado de fora do alambrado, os jovens aspirantes acompanhavam os profissionais fazendo um treinamento em campo reduzido no CFT (Centro de Formação e Treinamento), localizado no pé do Morro do Cambirela, Palhoça, Grande Florianópolis.

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O centro de treinamento do clube conta academia, sala de imprensa e salas de fisioterapia e atendimento médico, além de quatro campos. No campo 4, treinam os infantis. No 3, os juvenis e juniores. Já os campos 1 e 2 são reservados para os profissionais, para preservar o gramado. E é ali do lado, no campo vizinho, que os “moleques” param para observar seus ídolos.

– A gente comenta, quando eles param para assistir o treino dos profissionais, quando esses garotos entrarão no campo 1 e 2. Eles sempre param aqui para assistir, mas ainda é preciso muito trabalho para eles chegarem lá – afirma o Raúl Cabral, treinador da categoria Juvenil do Figueirense.

O técnico – ou professor, como é chamado pelo meninos, que já têm o discurso parecidos com os mais velhos – trabalha com garotos de 15 a 17 anos. Ele acredita que o convívio com os profissionais ajudam na formação de jovens talentos, por eles observarem de perto os treinamentos e movimentação dos mais experientes.

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Os profissionais também dão bastante abertura para os mais novos. Eles ajudam na hora de aconselhar ou dar orientações, principalmente quando os juniores são chamados para treinarem nos campos principais. O garoto Marques Vieira Martins da Cunha, de 17 anos, é um desses jovens atletas. O volante, de Siderópolis, assistia atentamente ao treino.

– É sempre bom estar junto dos profissionais aqui. A gente aprende muito com eles. É bom pra nossa carreira. Estar sempre conversando, pedindo dicas, ajuda – afirma o garoto

Para a jovem promessa, o segredo das categorias de base do Figueirense, campeão da Copa São Paulo de Juniores em 2008, é o trabalho forte que eles realizam sob a orientação do técnico.

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– Eu acredito que é um conjunto de fatores. A estrutura que o clube oferece junto com a qualidade dos profissionais que trabalham na categoria de base, tanto na questão de captação, quanto na questão de formação desses atletas – afirma o treinador Raúl.

Marques sabe que ainda tem que suar muito a camisa para subir para o profissional. Os treinamentos, na categoria dele, são de segunda a sábado no período da manhã e, duas vezes por semana, também à tarde. Enquanto não mudam, definitivamente, para os treinos nos Campos 1 e 2; o jovem volante e seus companheiros continuam carregando os sacos de bolas e assistindo os profissionais, do lado de fora do alambrado.