Na linguagem dos jogadores, tabu é para ser quebrado. E o Figueirense fez isso na noite desta quarta-feira, jogou ao chão a escrita de nunca ter vencido o Corinthians no Estádio Orlando Scarpelli em partidas da Série A. Caio deu a vitória ao alvinegro e assumiu a artilharia da equipe na competição, com sete gols. De quebra, entregou a lanterna para o Atlético-GO.

Continua depois da publicidade

Méritos para Goiano e seus comandados, que souberam tirar proveito de uma equipe desfalcada. Agora, em dois jogos, o treinador acumula um empate e uma vitória. Sob o seu comando, o torcedor pode vislumbrar a manutenção na Série A. O técnico parece ter renovado as vontades dos jogadores, que se superaram na marcação e evoluíram defensivamente. O reflexo apareceu nas arquibancadas: mais de 11 mil pessoas acompanharam a renovação da esperança alvinegra.

>>>>>Confira a galeria de imagens do confronto

A vitória por 1 a 0 pode fazer com que o Figueirense termine a rodada na 18ª posição, a quatro pontos de sair da zona de rebaixamento. Para isso, o Palmeiras precisa perder para o Sport, na quinta-feira. No sábado, o time catarinense enfrenta a Ponte Preta, em Campinas. O Corinthians, que pensa no Mundial, ocupa a 12ª posição, e joga contra o Grêmio, também no sábado.

A vontade de vencer não estava apenas no discurso dos jogadores do Figueirense, porém o esforço esbarrava na forte marcação corintiana. Com ligações diretas, a equipe estava esperançosa na boa fase do atacante Aloisio, mas foi o Corinthians quem criou as melhores chances no início. Os atacantes Martinez e Romarinho esbarraram no goleiro Wilson, destaque da partida.

Continua depois da publicidade

Sem Fernandes, o responsável pela criação de jogadas do Figueirense era Ronny, que tinha dificuldades para escapar do volante Ralf. Então foi preciso que o camisa 9 fosse buscar o jogo. Aos 23 minutos do primeiro tempo Aloisio caiu pelo lado esquerdo do ataque e invadiu a área do time paulista. Costurando, o atacante passou por três zagueiros adversários e chutou. A bola já tinha passado pelo goleiro Danilo Fernandes, mas não pelo pé do lateral-esquerdo Fábio Santos, que cortou em cima da linha. No rebote, Claudinei até tentou, mas não conseguiu furar o emaranhado de pernas corintianas à frente do gol.

Aloisio era o jogador mais perigoso do Figueirense. E isso ficou claro aos 34 minutos. Depois de receber boa bola de Ronny, o atacante saiu na cara de Danilo Fernandes e bateu de canhota, mas o goleiro defendeu parcialmente e a zaga afastou na sequência.

No segundo tempo, em 40 segundos o Figueirense fez o que não conseguiu nos 45 minutos iniciais, balançar a rede. Em uma jogada de ultrapassagem, o lateral-esquerdo Helder chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro para Caio, que de perna direita completou para o fundo das redes.

Logo depois foi preciso segurar o ímpeto corintiano. O time paulista foi atrás do empate, mas novamente parou em Wilson, que também contou com a ajuda da trave. O goleiro do Figueirense parou o meia Douglas e o lateral Guilherme Andrade.

Continua depois da publicidade

Depois do susto, o Figueirense soube controlar o jogo. Com calma, usou a experiência de jogadores como Tulio e Julio Cesar para fazer o tempo passar e garantir a primeira vitória alvinegra no returno. Mas ainda faltava o camisa 1 aparecer mais uma vez. Aos 47 minutos, Wilson defendeu um chute de Romarinho à queima-roupa e tirou do torcedor um grito de felicidade, sufocados na últimas 22 rodadas.

FICHA TÉCNICA

FIGUEIRENSE (1)

Wilson; Elsinho, João Paulo, Edson, Helder; Jackson, Claudinei, Túlio, Ronny (Botti); Aloisio (Doriva) e Caio (Julio Cesar)

Técnico: Márcio Goiano

CORINTHIANS (0)

Danilo Fernandes, Guilherme Andrade (Weldinho), Chicão, Wallace e Fábio Santos; Ralf, Guilherme (Adilson), Edenílson (Giovanni) e Douglas; Martinez e Romarinho

Técnico: Tite

Gol: Caio (F), aos 40 segundos do segundo tempo

Amarelos: Douglas (C), Chicão (C); Aloisio (F), Ronny (F) e Julio Cesar (F)

Local: Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis

Arbitragem: Márcio Chagas da Silva (RS); auxiliado por Bruno Boschilia (PR) e Ivan Carlos Bohn (PR)

Público: 11.119

Renda: R$ 249.110,00