O melhor juiz para a eficiência dos famosos mistérios promovidos por técnicos de futebol é a vida real. Com a bola rolando, armas projetadas pelos comandantes em ação, a sentença é sem perdão: a vitória por 1 a 0 do Figueirense sobre o Avaí indica o veredicto: Adilson Batista mandou melhor que Sérgio Soares.

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Aliás, três pontos que mantém o Figueira na luta pelo título do turno, sepultam as chances avaianas e encerram tabu de seis anos sem vitória do Figueira em casa no clássico.

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Primeira etapa marcada por armadores e atacantes ineficientes

É dentro de campo que o futebol se resolve, embora a pressão psicológica que vem das arquibancadas e dos bastidores possa sempre dar um tempero especial. No caso do clássico 401, para valorizar o resultado de campo, teve até abraço entre presidentes adversários. Um cavalheirismo que inaugura nova era na antes tempestuosa relação entre cartolas alvinegros e azuis.

Adilson, seguindo sua tradição de “aprontar!”, apostou em Maylson na ala, uma convicção um pouco mais ousada diante do futebol irregular que apresentara o atleta até então. Soares foi convencional. Estabeleceu-se a ousadia contra a tradição.

Em campo, o primeiro tempo mostrou, desde os minutos iniciais, que em termos táticos Adilson foi mais feliz. Seu time teve mais posse de bola, ditou o ritmo da partida, mas pecou por não ter finalização no mesmo nível do volume de jogo.

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A matemática do futebol não é equivalente à produção dos times. Tanto que Figueirense e Avaí tiveram o mesmo número de chances de gol: uma lá, outra cá.

No lado alvinegro, Marcelo Toscano ficou cara a cara com Diego, aos 29 minutos, mas errou a mira e chutou na rede, pelo lado de fora. No lado do Leão, Arlan, aos 41 minutos, foi servido, em velocidade, por Marquinhos, entrou área adentro e chutou forte, mas Ricardo, bem colocado, evitou o gol.

E o equilíbrio no placar se explica justamente pelo pecado dos dois times em duas posições. Na armação, Marquinhos, apesar do bom passe para Arlan, foi apagado em todo o restante da etapa; Felipe Nunes, pior ainda, em nada contribuiu. Na conclusão, Toscano é participativo, presente, se entrega ao jogo, mas, ansioso, erra conclusões. Já Chuva, não erra porque não viu a cor da bola.

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Personagem avaiano – Marquinhos

Douglas Silva, o herói do Figueirense

Segunda etapa, Douglas Silva vira o cara que garante a vitória

Na segunda etapa, os técnicos jogaram suas cartas. Adilson, já no intervalo, tirou Felipe e colocou Danilinho, querendo mais armação. Aos 11, saiu Rodriguinho, entrou Julinho. Prêmio para quem agiu mais cedo, o gol do Figueira saiu um minuto depois.

E a vantagem veio quando o Figueira novamente assumia as rédeas da partida. Estava mais presente, ancorado na boa movimentação justamente de Danilinho. Numa bola parada, aos 11 minutos, o xerife do Ribeirão da Ilha, Douglas Silva, aproveitou cruzamento açucarado de Saci e testou para o fundo das redes. Figueirense 1 a 0.

O Avaí aumentou seu ímpeto e o Figueirense, imediatamente após o gol, cuidou de administrar o resultado. O equilíbrio na posse de bola, antes dominada pelo Figueira, passou a ser a tônica. Jogadas aceleradas pelos avaianos, cadenciadas pelos alvinegros.

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Perto dos 30 minutos, Avaí e Figueira ainda tentaram substituições para dar um gás. Toscano saiu para entrada de Eliomar, Dinelson deixou o campo para Nadson mostrar serviço. Logo depois entrou Felipe Alves na vaga no apagado Chuva. E uma das chamadas bolas do jogo escapou justamente de Felipe Alves: cara a cara com Ricardo, aos 31 minutos, chutou para fora.

Para não faltar emoção no final, aos 47 minutos, outra das “bolas do jogo”. Douglas Silva salvou o que poderia ser o gol de empate. O time avaiano reclamou mão do zagueiro, mas o árbitro deu escanteio.

Douglas Silva. Marcou o gol e evitou o empate. O cara do clássico.

FICHA TÉCNICA

FIGUEIRENSE (1)

Ricardo; Maylson, Thiego, Douglas, Helder; Willian Magrão, Tinga (Ronaldo Tres), Felipe Nunes (Danilinho), Saci; Marcelo Toscano (Eliomar) e Héber

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Técnico: Adilson Batista

AVAÍ (0)

Diego; Arlan, Pablo, Alef, Paulinho; Rodrigo Thiesen, Marrone, Marquinhos, Dinélson (Nadson); Rodriguinho (Julinho) e Adriano Chuva (Felipe Nunes)

Técnico: Sérgio Soares

Gol: Douglas, aos 11 minutos do segundo tempo.

Amarelos: Felipe Nunes (F), Dinélson, Alef e Arlan (A)

Arbitragem: Célio Amorim, auxiliado por Kleber Lucio Gil e Carlos Berkembrock

Local: Orlando Scarpelli, em Florianópolis

Público: 10.139

Renda: R$ 195.440