Em um dos 14 leitos do serviço de oncologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão, Gustavo Darc se distrai na frente do notebook. Seu passatempo preferido são os jogos. É da família e daquele computador sobre o lençol que ele tira forças para encarar o tratamento contra a leucemia.
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— É o que ele gosta de fazer — resume a mãe, Michele de Fátima da Rosa, 35 anos.
Gustavo foi surpreendido nesta quarta-feira com a visita dos jogadores do Figueirense. Tímido, o menino de 13 anos deixou escapar um sorrido quando recebeu uma camisa do clube das mãos de Marquinhos, Zé Love, Marco Antônio e outros atletas. Prometeu usá-la, ainda que não tenha um time da preferência para torcer.
Instituição referência em Santa Catarina na saúde infantil, o Joana de Gusmão carrega em seus corredores e quartos a esperança de famílias que lutam dia a dia pela recuperação de seus filhos. Mães e pais transformam cada espaço que sobra do quarto em cama, sempre ao lado dos pequenos, ao alcance das mãos, com o ouvido atento para qualquer pedido de ajuda.
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— Você traz uma perspectiva para as crianças. Acaba que muitos pacientes nossos são do interior, então ficam muitos sem visitas de parentes, ficam mais restritos a pai e mão, até porque a gente atende todo o Estado. A visita traz eles pra uma realidade do qual eles foram retirados de uma maneira abrupta, ficaram doentes e têm de sair da realidade. A partir do momento que você devolve a realidade pra eles, a gente vê que isso contribui um monte pra recuperação, pra melhora do diagnóstico — destaca a enfermeira Luciana Mendes, responsável pelo setor de serviço de oncologia.
Ciente da importância de uma visita ao hospital infantil, todo o elenco do Figueirense foi ao Joana de Gusmão. Também estavam lá o técnico Milton Cruz e o CEO Alex Bourgeois, além dos ídolos do clube Fernandes e Genilson. Foram recebidos e acompanhados pelas integrantes da Associação de Voluntários de Saúde do Hospital Infantil Joana de Gusmão (Avos).
— O importante aqui hoje é dar esperança, trazer um pouco de alegria pra essas crianças. Acho que um sorriso de uma criança, que infelizmente às vezes esta numa situação dessas é importante demais — frisa Zé Love.
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Dos quartos que visitaram, das salas, das fotos antes de entrar na casa de saúde e depois, na saída, uma frase acompanhou os jogadores: “Boa sorte a todos”, diziam pais, enfermeiras e funcionários do hospital. A referência era pela situação do Figueira, que batalha para sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro da Série B, e a luta dos pacientes pela vida.
Para Zé Love, o problema do time na tabela de classificação em nada se compara ao sofrimento das famílias e de seus filhos. Mas que a visita dá um gás a mais ao time, ele não tem dúvida.
— A gente torce bastante e ficamos felizes que eles torcem também pela gente. Creio que, se Deus quiser, possa ser essa virada hoje. Dá um gás não só pelo lado profissional, mas também pela vida, pra gente dar mais valor em coisas que às vezes a gente acha que não vale muito à pena. Às vezes só de você estar podendo olhar, estar podendo sentir, acho que tem que levantar todos os dias e agradecer a Deus — finaliza o atacante.
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