Inauguração do estádio de mais de R$ 1 bilhão que receberá a abertura da Copa do Mundo, clima de alegria por ter a desejada casa própria após mais de um século, protocolo padrão Fifa por causa do evento-teste para o Mundial e 36 mil torcedores fanáticos. Tudo certo para uma grande festa corintiana. Só esqueceram de avisar o Figueirense. Ao melhor estilo estraga prazeres, o Furacão foi um convidado desagradável ao ir à Arena Corinthians e derrotar os donos da casa por 1 a 0, gol de Giovanni Augusto. Foram os primeiros da equipe catarinense no Brasileirão.
Continua depois da publicidade
.:Confira partida lance a lance da partida
.: Confira as campanhas dos cinco grandes de SC no Campeonato Brasileiro
Problemas para a torcida do Figueira e nível técnico baixo
Continua depois da publicidade
Antes do início da partida, a organização da partida deu demonstrações de que não está tão pronta assim para a Copa do Mundo. Com a promessa de que haveria venda de 2 mil ingressos para visitantes no estádio a partir das 13h, muitos torcedores do Figueirense vieram à arena com a esperança de ver o jogo. Saíram pelo menos oito ônibus da Capital e teve gente até de Belo Horizonte na capital paulista. No entanto, quando os torcedores chegaram à entrada G, destinada aos visitantes, não havia comercialização. E tampouco informações precisas. A boataria tomou conta do ambiente, que carecia de qualquer posição oficial. A certeza é que muitos torcedores do Alvinegro catarinense ficaram de fora.
Os que conseguiram entrar na Arena Corinthians viram o time da casa tomar a iniciativa logo no início. Empurrado pela torcida, o Timão encurralou o Figueirense no campo de defesa. Mas, apesar da superioridade na posse de bola, o Corinthians não conseguia criar chances efetivas. Ante a falta de contundência do ataque rival, o Furacão começou a gostar da partida a partir dos 10 minutos e arriscar saídas nos contra-ataque, principalmente com Éverton Santos. Aos 16, Leandro Silva escapou pela direita, foi ao fundo e cruzou, Éverton tentou alcançar na primeira trave, mas não chegou. Na segunda, Ricardo Bueno até conseguiu tocar com a cabeça de raspão, só que a bola saiu pela linha de fundo. A primeira grande oportunidade do palco da abertura da Copa foi do Furacão.
Após a chance do Furacão, o jogo entrou em um marasmo, com muita disputa no meio de campo e poucos lances de perigo. O primeiro chute dos anfitriões veio só aos 27 minutos, quando Guerrero bateu da entrada da área e assustou Tiago Volpi. A finalização do centroavante peruano foi um prenúncio crescimento do Corinthians. A partir dos 40, o time da casa passou a envolver mais o Furacão no toque de bola. Em uma tabela com dois passes de calcanhar, Guerrero recebeu de Fábio Santos, invadiu a área e caiu em disputa com Luan. A torcida e os atletas protestaram, mas o árbitro Jailson Macedo Freitas mandou o jogo seguir.
Continua depois da publicidade
Melhor momento para desencantar no Brasileirão
A chuva que caía no fim da primeira etapa aumentou de intensidade. E serviu para lavar a alma do ataque do Figueirense. Com apenas dois minutos de jogo, o meia Giovanni Augusto recebeu passe da direita na área e bateu cruzado, sem chances para Cássio. O ataque do Furacão finalmente desencantou no Brasileirão. Empolgado, por pouco o Figueira não ampliou três minutos depois. Na verdade, Ricardo Bueno até chegou a marcar após cruzamento de Éverton Santos, mas o bandeirinha assinalou corretamente o impedimento do centroavante. E ainda teve mais: aos sete, Éverton bateu cruzado e o goleiro do Timão fez boa defesa.
A sequência de chances do Figueirense acordou o rival, que se lançou com tudo à frente. Depois do ataque do Furacão aparecer, foi a vez de Tiago Volpi mostrar sua qualidade das mais diversas maneiras. Aos 13, Romarinho – que substituiu Luciano no começo da etapa complementar – fez fila, invadiu a área, mas Volpi abafou bem e defendeu. Aos 16 e aos 17, Jadson e Guilherme arriscaram de longe e pararam em belas defesas do arqueiro do Furacão.
Aos 32, o Corinthians voltou a chegar com perigo. Quando Guilherme foi ao fundo e cruzou com força, não havia nada que Volpi pudesse fazer. Mas, para a sorte do Furacão, Guerrero furou e não conseguiu empurrar para o fundo da rede. Era um indicativo do que o destino reservava: a primeira casa da Copa do Mundo terá para sempre a marca do Figueirense.
Continua depois da publicidade
Ficha técnica
Corinthians: Cássio; Fagner (Danilo), Cleber, Gil e Fábio Santos; Ralf, Guilherme, Renato Augusto e Jadson (Paulinho); Luciano (Romarinho) e Guerrero. Técnico: Mano Menezes
Figueirense: Tiago Volpi; Leandro Silva, Thiago Heleno, Marquinhos e Guilherme Pedroso; Paulo Roberto, Luan, Rivaldo (Jefferson) e Giovanni Augusto (Dudu); Éverton Santos e Ricardo Bueno (Jonathan)
Gols: Giovanni Augusto, aos dois minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Guilherme, Jadson e Cleber (C); Leandro Silva (F)
Arbitragem: Jailson Macedo Freitas
Local: Arena Corinthians, em São Paulo
Público: 36.123 pessoas
Renda: R$ 3.029.801