Os dois próximos dias serão decisivos para definir o fechamento do negócio entre o atacante Loco Abreu e o Figueirense. O DC teve acesso ao roteiro dos personagens-chave desta trama, que terá hoje ou amanhã o martelo batido no Rio de Janeiro.

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O local será o escritório do parceiro dos catarinenses Eduardo Uram. O empresário Jorge Chijane tentará se livrar de compromissos e desembarcar hoje, às 16h, no aeroporto do Galeão. Se não conseguir, virá na quarta-feira.

Chijane vai percorrer os 30 quilômetros entre o aeroporto e a Barra da Tijuca, onde fica o escritório de Uram. A partir daí, pequenas arestas serão alinhavadas de bases que já foram pré-encaminhadas. Chijane, propositalmente, está relutando em atender no celular números desconhecidos, mas o DC conseguiu falar com ele. Ao final do encontro com Uram, Chijane pegará o aparelho e ligará para El Loco.

Até que este roteiro que se encerra no “sim” de Loco se cumpra, que uma apresentação recheada de marketing seja deflagrada, há pedras no caminho, minas escondidas na estrada. As bases com El Loco estão encaminhadas, com o Botafogo está tudo fechado, o helicóptero está reservado para o desembarque, a camisa comemorativa encomendada com a Penalty, mas o mercado brasileiro é venenoso.

No transporte entre aeroporto e Barra, Chijane, ao entrar na Mitsubishi Pajero de Uram, verá um painel, instalado no interior do veículo, que avisa aos passageiros: “Figueirense, time de Série A”. Já terá lido a repercussão nas redes sociais, durante o voo, e saberá que Loco pode, sim, ser um novo Edmundo, um novo Cleber, um novo Evair no Alvinegro. Só para lembrar, os três brilharam em nível nacional, intensamente, depois de renegados em seus clubes.

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Mas o celular de Chijane, além de repórteres curiosos, tem recebido outras ligações. Entre elas, insistentes ataques do Cruzeiro e, com menos assiduidade, do Palmeiras. Este, já desistiu ao acertar a volta de Obina. Da Raposa mineira, ofertas polpudas de luvas deixam o Alvinegro preocupado.

Relatos ajudaram no “encaixe”

Acontece que Loco é um jogador diferenciado, não cai em tentação, sabe como alguns grandes clubes prometem e, algumas vezes, não cumprem. A fama do Figueira, de bom pagador e de valorizar seus atletas, além do desejo em morar em Florianópolis, seduziu o uruguaio, principalmente após fartos relatos de seu ex-parceiro de clube, Caio. Dele, ouviu sobre o ambiente no Scarpelli, a privacidade garantida na cidade e a qualidade de vida.

A vinda de um atacante que defende uma Seleção de ponta como a uruguaia, conceituado no país e no mundo, em plena atividade, para comandar o ataque do Figueirense, não é manobra fácil para um clube de porte médio.

Uma fonte garantiu à reportagem que o negócio está “encaixado” e chegou a usar o termo “ajustadinho”, para dar a dimensão de que tem boa base, mas pode balançar com ameaças financeiras.

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E o Figueirense experimenta esta dificuldade desde que alinhavou a engenharia financeira para garantir Loco Abreu no clube. A composição do salário, que pode chegar a R$ 200 mil, passa pelo alívio no caixa com a saída de Ygor, mais a possível saída de Pablo e o apoio de investidores como a Alliance.

Desde Edmundo, o maior nome que já passou pelo Figueira, nada mexia tanto com o torcedor. Serão horas de espera que já começaram a ser contadas, de alguma tensão, que insistem em passar lentamente, até o possível anúncio daquela que é a maior investida do Figueirense em 91 anos de história.