Sombra generosa, cheiro de verde e uma identidade que faz moradores de Florianópolis se sentirem em casa estão encrustados em cada galho da Figueira da Praça XV de Novembro. Ontem de manhã, com o início da Primavera e a proximidade do dia da árvore, o ícone 143 foi entregue à cidade com uma boa notícia: após quatro anos, o trabalho de recuperação está encerrado com uma previsão de vida de pelo menos mais 150 anos para a árvore.
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Seis técnicos, acompanhados de biólogo e de um engenheiro agrônomo, subiram na árvore e tiraram outras plantas como bromélias, que não são parasitas, mas sobrecarregam os galhos. Também foram retirados cactos e samambaias, chamadas de cipó cabelo, que são parasitas. Enquanto crescem, elas sugam a seiva bruta da velha Figueira, secando os ramos e danificando seu crescimento. Foram 2,5 mil quilos de plantas retiradas, reduzindo bastante o peso sobre os velhos galhos.
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O trabalho incluiu raspagem de plantas epífitas (que moram em cima de outras plantas), poda e tratamento das lesões principalmente nos locais onde estão as escoras. Também foi realizada a desratização no entorno da árvore.
As lojas Koerich e a prefeitura firmaram parceria para a recuperação do símbolo de Floripa. Foram R$ 60 mil investidos e usados também para limpeza e reparo do mosaico da praça. Feitos por Hassis, eles têm elementos da cultura da Ilha como o boi de mamão.
Cheia de histórias
:: Estima-se que tenha nascido em 1871, em um pequeno jardim em frente à Catedral. Em 1891, com 20 anos, a figueira foi retirada do jardim e replantada no local em que está hoje.
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:: Na época, houve muito medo. A superstição dizia que, se a árvore frondosa morresse, os trabalhadores teriam suas famílias amaldiçoadas. Por esse motivo, trabalhadores de fora da cidade foram chamados.
:: A mudança de local para a praça envolve muitas histórias. A principal é de que o ex-governador Oliveira Bello, que morava no Palácio Cruz e Sousa, estava de olho em uma mulher que morava do outro lado da Catedral. A Figueira, então, atrapalhava o contato visual.
:: Uma das supertições é dar sete ou dez voltas ao redor da árvore para atrair casamento. Se funcionar, é preciso dar voltas e agradecer.
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:: Conta-se que a Figueira foi plantada sobre um antigo cemitério indígena, o que teria feito com que ela crescesse forte.