Mais de 20 profissionais fizeram nesta sexta-feira o transplante de uma figueira de 50 anos e 40 toneladas, que ficava nos fundos de um terreno na Avenida Atlântica em Balneário Camboriú. A espécie conhecida como figueira-de-folha-miúda estava no local onde será erguido um novo edifício. A operação, feita pela construtora FG, levou a árvore 50 metros à frente, perto da calçada, com a ajuda de um guindaste.

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O técnico agrícola e especialista em gestão e manejo ambiental Heli Schlickmann explica que, por ser nativa, a figueira tem grande capacidade de adaptação e sobrevivência:

– Uma espécie como esta demora 20 anos para chegar à maturidade total e esta árvore já está fazendo isso há 30 anos. Temos convicção de que vai sobreviver.

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O transplante levou cerca de uma hora, mas foram cinco meses de preparo, incluindo a pode da árvore, que passou de 10 metros para seis de altura. E o trabalho, agora de acompanhamento, vai seguir por até dois anos.

– Nesse período a gente precisa ver, basicamente, se a irrigação está adequada, fazer a reposição de nutrientes necessários e monitorar a ocorrência de algumas doença – resume Schlickmann.

Ao escolher manter a árvore no local, e não cortar, a empresa entende que agrega valor ao futuro empreendimento que vai desenvolver ali.

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– É uma oportunidade de utilizar uma árvore com mais de 50 anos e o que isso representa como vida, como símbolo e como parte de um futuro projeto que poderá se valorizar. Será um diferencial – explica Ivan Roy Nelson, diretor de Operações da FG.

O TRANSPLANTE

Preparação

1. Eliminação de ervas invasoras que comprometeriam à saúde da figueira

2. Sangria das raízes, conhecida como desmame, técnica que permite o desenvolvimento das novas raízes, sustentando a planta quando transplantada e estimulando o crescimento

3. Primeira poda de parte da copa

4. Após três meses, segunda etapa da sangria das raízes e a segunda etapa da poda dos galhos, com a colocação de plástico para proteção das raízes

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Execução

1. O local que recebeu a árvore foi preparado 30 dias antes, com correção do pH e da fertilidade do solo, colocação de substrato orgânico, inclusive usando parte do solo de origem da planta

2. No quinto mês, houve a terceira etapa da sangria das raízes e a retirada da terra no diâmetro do tronco

3. Colocação de protetores no tronco para fixar as fitas de içamento para o transporte até o berço de transplante

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4. Compactação do solo ao redor da planta e irrigação com abundância para não deixar bolhas de ar e evitar possível apodrecimento das raízes

Acompanhamento

1. Acompanhamento e manejo da árvore ocorrerá até novembro de 2016

2. Repasse de informação a cada quatro meses ao órgão ambiental fiscalizador sobre a situação do exemplar transplantado