Aos 151 anos de existência, a figueira na praça XV de Florianópolis passa pela primeira vez, nesta quinta-feira (22), por uma tomografia. O exame vai identificar pontos de podridão dos galhos escorados para que o tratamento adequado seja realizado, e a árvore se mantenha por mais um século encantando o Centro da cidade.
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Ali onde está o coração da Capital, uma bateria de exames está sendo feita desde julho para que as histórias contadas ao redor da árvore centenária sejam mantidas na cultura de todos que passaram, em algum momento, por ela.
Os trabalhos devem durar cerca seis meses entre diagnóstico, análises, revisão, nutrição e tratamentos dos galhos. Um monitoramento, porém, será mantido por dois anos.
— Essa análise fitopatológica e avaliação de risco é uma consulta médica. A gente tá fazendo uma série de análises para saber como está a saúde da figueira, se ela precisa de uma manutenção, de uma poda, de uma limpeza, se tem algum galho com risco de queda ou se tem algo que pode diminuir a sua expectativa de vida — explica Paulo Garbugio, CEO da startup responsável pela revitalização da figueira, Arboran.
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O check-up foi dividido em duas etapas: execução e monitoramento. A primeira análise foi feita em julho, em uma “consulta médica” inicial, e solicitou exames. Entre eles, a tomografia.
— Precisamos saber se os galhos mais baixos, que estão com as escoras, precisam de algum tratamento e se possuem resistência mecânica para se sustentar ou apresentam risco de queda. A tomografia é feita a partir de sensores que identificam ondas sonoras — explica.
Durante os trabalhos foram identificadas cavidades podres com cimento, que segundo Garbugio era utilizado antigamente para estancar uma “ferida” de árvore — ou seja, tampar um galho oco. Conforme o que explica, para que o tratamento funcione é necessário retirar o cimento antes da limpeza. O serviço é comparado por especialistas como uma obturação de dente.
— Alguns galhos já foram retirados porque estavam doentes, podres e simplesmente caíram — conta o biólogo e CEO da startup.
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Expectativa de revitalização
Pode ser que nos próximos meses as escoras da figueira na praça XV sejam substituídas por cabeamentos. Isso, porém, deve acontecer apenas se o galho estiver saudável.
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De acordo com a superintendente da Floram, Beatriz Kowalski, todo o trabalho foi feito em parceria com empresas privadas e a revitalização não custará para a prefeitura. A última análise foi feita em 2014.
— A figueira é um patrimônio da cidade, então para nós é importante ter um tratamento especializado que vai ressaltar a importância da figueira para as futuras gerações. Agora, ela pode chegar há muito mais anos se cuidarmos direitinho — afirma a superintendente.
O monitoramento vai identificar se os galhos precisam ser cortados ou se as escoras podem ser trocadas por cabos suspensos.
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— A figueira já deu tanto para a cidade acolhendo turistas, proporcionando tardes excepcionais para nós, embelezando nossa praça XV e chegou o momento de darmos retorno para ela. Nada mais lindo do que fazer com que ela viva por pelo menos o dobro de sua idade — afirmou Jaime de Souza, presidente do projeto Floripa Manhã, projeto parceiro dos trabalhos.
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