A convicção da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) é a de que para a Copa de 2014 dar certo será preciso melhorar muito o serviço aéreo no Brasil. Este assunto foi debatido ontem na reunião entre as duas entidades, na área vip do Maracanã. O objetivo principal será melhorar a ligação entre as sedes, já que não existem voos diretos entre muitas das 12 cidades que receberão as partidas. A intenção é evitar conexões e, assim, aliviar os aeroportos.

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O que já parece encaminhado é o sucesso de público. O país está batendo todos os recordes de procura por ingressos. Nas primeiras 24 horas, foram dois milhões e 300 mil pedidos. Em 2006, no Mundial da Alemanha, nas 16 horas iniciais, o número ficou em 500 mil. Em 2010, na África do Sul, foram necessários 10 dias para atingir a marca brasileira.

Por enquanto, 84,8% das requisições por tíquetes são de brasileiros, e a maioria (65%) busca os bilhetes da Categoria 4, os mais baratos e apenas para a torcida local. Depois do fracasso dos centros de distribuição na Copa das Confederações, metade dos torcedores optou por receber os bilhetes em casa.

Também ficou claro na reunião o péssimo ambiente entre o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que fez críticas pela falta de preocupação da Fifa com o legado após 2014. Valcke, ao ser questionado sobre o assunto, foi duro:

– Acho que ele ainda não entendeu como funciona um Mundial. Ele queria que jogassem na praia? Precisamos de estádios. O mundial de futebol de areia vai ser no Taiti.

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Animado, o presidente da CBF, José Maria Marin, sentou ao lado de Valcke e disse que o Mané Garrincha virou o “elefante dourado”. Uma ironia à preocupação de que o estádio de Brasília vire um elefante branco, sem utilidade após a Copa. Agora, com tantas partidas, Marin está até preocupado com o gramado.

Ronaldo Nazário, membro do comitê executivo do COL, fez o anúncio da data de abertura de inscrições para os voluntários que desejam trabalhar no ano que vem. No dia 9 de setembro, em Cuiabá-MT, a Fifa divulgará os detalhes. É possível adiantar que a prioridade será para quem falar inglês. Esta foi a única vez que Ronaldo falou. Como o ex-craque tem participado pouco das decisões mais importantes, não foi dirigida nenhuma pergunta para ele durante o evento que durou pouco mais de uma hora.