A entrevista coletiva com o técnico da seleção feminina de Zâmbia foi encerrada antes do previsto nesta terça-feira (25). A Fifa decidiu intervir após jornalistas questionarem o treinador Bruce Mwape sobre as acusações de abuso sexual contra ele, em que as vítimas seriam as jogadoras da própria seleção. Essa não foi a primeira vez que a Fifa interveio nas entrevistas realizadas durante a Copa do Mundo Feminina. Na segunda-feira (24), a organização também atuou diante de uma pergunta para o técnico de Marrocos.
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Na coletiva com a seleção marroquina, ocorrida antes da goleada para a Alemanha por 6×0, o treinador Reynald Pedros e a capitã Chebbak foram questionados sobre a existência de atletas homossexuais no elenco. A Fifa interveio na pergunta, alegando ser muito política. No Marrocos, o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é proibido.
Vor dem Spiel gegen Deutschland wurde Marokkos Kapitänin Ghizlane Chebbak gefragt, ob es homosexuelle Spielerinnen im Team gibt und wie es ihnen in ergeht – homosexuelle Handlungen sind in Marokko illegal. Eine FIFA-Sprecherin wies die Frage als "politisch" ab.#FIFAWWC #GERMAR pic.twitter.com/olvc9j1Q6b
— Deutschlandfunk Sport (@DLF_Sport) July 24, 2023
Nem a atleta, nem o treinador responderam a pergunta do jornalista durante a coletiva. Por outro lado, o técnico da Zâmbia, Bruce Mwape, ao ser questionado sobre deixar o cargo, falou que não fazia sentido e que a verdade apareceria.
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O que esperar das seleções na Copa do Mundo Feminina
Desde setembro de 2022, a Fifa investiga uma denúncia sobre abuso sexual na Federação de Zâmbia. A apuração do jornal inglês The Guardian, revelou que as vítimas do treinador seriam as jogadoras da própria seleção. Uma das atletas, que não quis se identificar, disse ser comum que o treinador durma com as jogadoras. Ainda de acordo com a reportagem, as jogadoras são ameaçadas de punição caso falem sobre o caso.
Antes da estreia da seleção de Zâmbia na Copa do Mundo. A goleira Hazel Nali e a atacante Grace Chanda, camisa 10, foram cortadas por razões médicas, sem detalhes sobre as lesões. A imprensa internacional suspeita que seja uma punição às jogadoras. No caso, o corte seria porque as atletas cobraram a Federação por pagamentos devido a participação na Copa.
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