“Podemos confirmar que a venda de acarajé na Arena Fonte Nova será feita pelas tradicionais baianas sob uma coordenação geral da Fifa. A prefeitura de Salvador e o governo da Bahia já estão a par.” Depois de muita polêmica sobre a comercialização do mais tradicional quitute baiano no novo estádio, o departamento de imprensa da entidade Fifa confirmou oficialmente à Zero Hora a liberação do acarajé, tranquilizando a legião de fãs da iguaria.

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O assunto foi tema de atuações do Ministério Público do Estado da Bahia (MPE-BA), petição online assinada por mais de 17 mil pessoas e até motivou um protesto de baianas vestidas a caráter em frente à arena, quando a presidente Dilma Rousseff esteve em Salvador para a solenidade de inauguração do espaço.

O que pouco se fala é que nos outros dois estádios de Salvador, Barradão e Pituaçu, a venda de acarajé já não acontece há anos, em vista do cumprimento do Estatuto do Torcedor, que em seu quarto capítulo veta que os visitantes portem “objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência”. O acarajé é um bolinho de feijão fradinho frito em azeite de dendê. Como o óleo ferve em um tipo de tacho grande que fica junto do tabuleiro, pode causar graves acidentes. No Carnaval de Salvador a instalação de tabuleiros nas vias principais é proibida.

A Associação das Baianas de Acarajé e Mingau (ABAM) assina uma petição online pedindo garantias de que “haverá espaços ao redor dos estádios para comidas tradicionais”. A presidente da entidade, Rita Santos, usa como argumento a declaração do acarajé como patrimônio imaterial do Brasil, de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Além da questão da segurança, entra também no jogo a norma internacional, válida para eventos Fifa, que impede a presença de vendedores ambulantes num raio de dois quilômetros dos estádios. E as declarações de setores da organização de que apenas empresas vencedoras de licitação poderiam comercializar alimentos.

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Procurado, o secretário estadual da Copa, Ney Campello, não se manifestou. Em entrevista há cerca de dois meses, tanto Campello quanto o coordenador do Escritório municipal da Copa, Isaac Edington, apontavam a questão da segurança dos torcedores como empecilho. O governador da Bahia, Jaques Wagner e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, já haviam dito em público que a presença das baianas estava garantida.