Nesta quarta-feira (26), durante o lançamento do Plano de Mobilidade, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) apresentou um estudo mostrando que a cabotagem (navegação entre os portos brasileiros) é capaz de mudar a distribuição da matriz de transporte do Brasil e contribuir para a redução do número de caminhões nas estradas, além dos custos das empresas.
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O levantamento levou em consideração a prática de 76 empresas de médio e grande porte de 19 setores industriais de Santa Catarina. Para 70% das companhias consultadas, o frete mais barato é o principal ponto positivo da cabotagem.
– O custo do transporte por cabotagem é, em média, 15% mais barato que o realizado pelo modal rodoviário. Esse percentual é aplicado para distâncias acima de 1,5 mil quilômetros. Em percursos maiores, o custo do frete pode ser até 40% menor do que pelo transporte por caminhão, disse o presidente da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.
Além disso, a cada tonelada transportada por quilômetro via cabotagem, são emitidos 75% menos gases do efeito estufa do que no transporte rodoviário. Também, de acordo com a Fiesc, um navio tem capacidade para transportar quatro mil contêineres, o que significa quatro mil caminhões a menos nas rodovias.
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Apesar dos benefícios desse meio de transporte, 55,3% do grupo pesquisado respondeu não utilizar a cabotagem. As principais razões apresentadas foram falta de estrutura do meio de transporte para entregar nos destinos necessários, burocracia para o uso, tempo de trânsito e desconhecimento.
– Temos cinco terminais prontos, que podem passar por uma adequação e oferecer mais linhas para atender à demanda da indústria. Mas, para isso, temos desafios estruturais e regulatórios que precisam ser vencidos, ressaltou o presidente da Câmara.