A partir desta quinta-feira (15), Santa Catarina passa a contar com mais um Instituto da Indústria. O espaço de 3,3 mil metros quadrados, que será inaugurado pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), fica no Sapiens Parque, em Florianópolis. Outros dois centros como este já haviam sido inaugurados em Joinville no final de 2017. O objetivo, segundo o diretor regional do Senai SC, Jefferson de Oliveira Gomes, é que o ambiente seja um ecossitema de pesquisa aplicada com foco em inovação para a indústria, e que congregue diversos atores.

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A estrutura da Capital, que teve investimento de R$ 15 milhões, vai abrigar o Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados – sistemas computacionais utilizados para vários fins – e o Centro de Inovação Sesi em Tecnologia para Saúde, que já existiam desde 2015 em outros espaços, além de outras entidades, como a Fundação Certi, startups e indústrias.

— A ideia é que funcione como um grande coworking. São espaços abertos para que haja interação e co-criação – explica o diretor do Centro de Inovação Sesi em Tecnologias para Saúde, Marcelo Tournier.

Ainda neste ano, diz o diretor do Senai, o prédio deve ser aberto ao público para visitas guiadas gratuitas. O intuito é que a sociedade conheça o que está sendo desenvolvido no Estado e se aproxime da pesquisa e da tecnologia.

Os institutos da indústria são resultado de um projeto coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que surgiu em 2011 com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de tecnologia para o setor. Serão 25 institutos no Brasil até 2019, dos quais 21 já operam. Parte da verba – R$ 1,5 bilhão – veio do BNDES, e outro R$ 1,5 bilhão saiu das federações das indústrias. Para Santa Catarina foram destinados R$ 300 milhões.

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Além da pesquisa aplicada, os institutos auxiliam os empresários na obtenção de fontes de financiamento para os projetos. As companhias sempre partcipam com uma parte da verba, e obtêm o restante de fontes diversas, como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Segundo o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco José Côrte, iniciativas como esta são importantes porque aumentam a competitividade do setor.

De aplicativos para saúde a indústria 4.0

Os empreendimentos do Senai e do Sesi que passam a ficar no instituto da Capital já realizaram mais de uma centena de projetos para indústrias de SC e do Brasil desde 2015. O investimento total alcançou R$ 23,5 milhões, oriundos de fontes de estímulo à inovação, entidades e contrapartidas de empresas.

Hoje, há diversos projetos em andamento nos dois centros. Um exemplo é um capacete para prevenção de acidentes na construção civil, desenvolvida pelo Sesi em parceria com uma construtora.

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– Identificamos que uma das maiores causas de mortes por acidente no trabalho no Brasil são quedas, e a maioria pode ser prevenida. Então, trabalhamos com internet das coisas e instalamos uma série de sensores no maior prédio da América Latina (em construção em Balneário Camboriú). Os trabalhadores também estão usando uma tecnologia vestível que identifica padrões de risco e avisa ao responsável – explica o diretor do Centro de Inovação Sesi em Tecnologias para Saúde, Marcelo Tournier.

Há também o desenvolvimento de aplicativos voltados para a saúde e diversos projetos com foco em inteligência artificial para otimização do processo produtivo. Um deles, feito em parceria com a Embraco, consiste em desenvolver uma arquitetura de indústria 4.0 a partir de Big Data e computação em nuvem. O objetivo é levantar informações a partir de dados para identificar estações causadores de perdas na linha de produção.

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