Um dia antes do reajuste do pedágio na BR-116, a Federação da Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) divulgou nesta quarta-feira uma análise que questiona os investimentos aplicados no trecho catarinense da rodovia. A partir desta quinta-feira, as tarifas nas cinco praças de pedágio da BR-116 _ três delas em SC _ sobem para R$ 3,80, R$ 0,20 a mais que o preço anterior.

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O estudo da Fiesc toma como base a projeção de 49,6% a partir do valor cobrado desde o início do contrato de concessão da rodovia, assinado em 2008, para a Autopista Planalto Sul. A federação argumenta que os investimentos em SC são desproporcionais à arrecadação nas praças de pedágio instaladas no Estado. Segundo o estudo, o Paraná _ que tem dois pontos de cobrança e corresponde a 23% do trecho concedido _ recebeu investimentos mais significativos que SC.

O levantamento da Fiesc aponta que obras, como a instalação de 41,7 quilômetros de terceira faixa previstas para a região da Serra do Espigão, na região de Monte Castelo, Norte de SC, tiveram os prazos adiados. Além disso, a construção de 8,5 quilômetros de ruas laterais em Mafra, na região Norte, foram postergadas para 2016.

De acordo com Ricardo Saporiti, consultor responsável pela análise apresentada pela Fiesc, o trecho catarinense vêm recebendo apenas manutenções. Ele lembra que entre Curitiba e Mandirituba, no Paraná, iniciaram no último semestre obras de duplicação em 25 quilômetros da rodovia. Além disso, está em andamento a instalação de ruas laterais em Rio Negro (PR). A empresa incluiu no contrato _ em resolução aprovada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) _ a implantação de corredor exclusivo de ônibus na região metropolitana de Curitiba, na chamada Linha Verde.

Segundo Saporiti, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado em agosto de 2013 porque as obras estavam atrasadas, mas os prazos não foram cumpridos. Ele cita como exemplo, a execução de terceiras faixas _ em trecho que corresponde a 6,6 km (14%) do PR e 41,7 (86%) de SC _ que ficou para 2020, quando o prazo inicial de término era 2018.

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– O impacto do aumento da tarifa é elevado e os investimentos não estão acontecendo em Santa Catarina – comenta Saporiti.

O que diz a Autopista Planalto Sul

De acordo com o diretor superintendente da Autopista Planalto Sul, Antonio Cesar Ribas Sass, nenhum término de obra está previsto para 2020. A execução de 48 quilômetros de terceiras faixas na BR-116 acontecerá apenas em trecho catarinense _ depois de acerto com a ANTT _ e devem iniciar em 2014. Segundo ele, o prazo contratual está sendo cumprido e a inauguração da obra deve acontecer em 2016 como prevê cronograma determinado pelo Agência.

A obra de ruas laterais em 7,1 quilômetros, em Mafra, iniciou na semana passada e não constava no primeiro contrato. Foi deslocada de ruas laterais previstas para o trecho paranaense.

Também estavam previstas obras de melhorias em 32 acessos, 24 no trecho catarinense, que já foram concluídos. Obras nas interseções existentes em Lebon Régis e Campos Novos já foram inauguradas. O viaduto da BR-116 em intersecção com a BR-280, em Mafra, inicia em 2014.

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– Tivemos que assinar um TAC, porque há obras que tivemos interferências das prefeituras dos municípios e desapropriações. A obra da Linha Verde, por exemplo, não é que estamos construindo a faixa de ônibus, mas deixamos um espaço para que a prefeitura pudesse construir – explica.