Fiéis acompanharam, na noite deste sábado (6), a Procissão da Transladação das Imagens do Senhor Jesus dos Passos e de Nossa Senhora das Dores, que faz parte da 253ª Procissão do Senhor dos Passos. Nem a chuva, que caía na hora do cortejo, espantou os participantes. Segundo a organização do evento, o Corpo de Bombeiros estima que 20 mil pessoas participaram da procissão. A Polícia Militar ainda não divulgou o número do público.
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Como todos os anos, o translado das imagens começou às 20h com saída da Capela Menino Deus, localizada no Imperial Hospital de Caridade. A procissão desceu pela Rua Menino Deus, seguiu pelas ruas Bulcão Vianna e Tiradentes, passou pela Praça XV até chegar à Catedral Metropolitana de Florianópolis. As imagens cobertas foram carregadas por populares.

De acordo com a organização, a procissão surpreendeu, principalmente pelo grande número de jovens e crianças no cortejo, inclusive pagando promessas. Segundo a assessoria, a Irmandade realiza, ao longo do ano, um trabalho voltado aos jovens para atrai-los para o evento. A intenção é não deixar a tradição ser esquecida com o tempo.
Senhor Jesus dos Passos e Nossa Senhora das Dores ficam na Catedral até a tarde deste domingo (7), quando uma nova procissão conduz as imagens ao local de origem nos pés do Maciço do Morro da Cruz.
A Procissão do Senhor dos Passos é a manifestação cultural e religiosa mais antiga e popular de Florianópolis e organizada pela Irmandade do Senhor dos Passos. Em 2018, ela foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O certificado declarando a procissão como patrimônio foi entregue pelo Iphan durante uma cerimônia na sexta-feira (5).
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No domingo (7), às 16h, acontece o momento mais esperado, a procissão com as imagens descobertas, com saída da Catedral até a Capela Menino Deus. Pela manhã, às 9h30min, é celebrada uma Missa na Catedral com a participação da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos.

História de fé
O evento religioso acontece desde 1766, dois anos depois de a escultura chegar a Florianópolis. Segundo a história, a estátua do Senhor dos Passos, esculpida em madeira, deveria ter sido entregue a uma igreja no Rio Grande do Sul, mas o barco parou em Florianópolis para abastecer e não conseguiu seguir viagem em decorrência de fortes tempestades.
A tripulação acreditou que se tratava de um sinal divino e que a imagem deveria permanecer na Capital catarinense. Realizada anualmente, sempre 15 dias antes da Páscoa, a procissão mobiliza milhares de fiéis no cortejo pelas ruas centrais. Água benta e perfumada é distribuída aos devotos na Capela Menino Deus.