Com mais de 207 mil mortes registradas por conta do coronavírus, o Brasil é o segundo país do mundo em número de vidas perdidas. O ano de 2021 inicia com um colapso no sistema de saúde de Manaus, no Amazonas, e com atraso no planejamento da vacinação. De acordo com o professor Francisco José Salm, doutor em administração pública, faltam ações básicas de comando por parte dos gestores.

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— Eu fico perplexo com o que vejo. O mais rudimentar manual de administração pública diz que um governante deve planejar, coordenar e controlar. Tenho visto praticamente zero de planejamento. A coordenação não existe e o controle também. Estamos em uma operação de guerra. Vejam o que está acontecendo em Manaus, tem gente morrendo por falta de ar — critica o especialista.

Ouça a entrevista com o professor Francisco José Salm:

Há menos de uma semana da data prevista para o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, restam dúvidas. O país planeja distribuir neste momento um quantitativo de doses para cerca de 2% da população. Os imunizantes ainda precisam ter a aprovação do uso emergencial por parte da Anvisa. Parte das vacinas vêm da Índia e ainda não foi liberada.

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— Nós não estamos falando em planejamento para comprar qualquer coisa, estamos falando em vidas humanas, em economia. Quanto mais gente morrer, pior para a economia também. Ou será que há uma parte do país que será preservada e o resto não importa Quando a Pfizer ofereceu a vacina ao Governo Federal, negaram a compra porque era mais cara. Quanto custam as vidas das pessoas que estão morrendo? — questiona Salm.

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Doutor em administração pública pela Universidade do Sul da Califórnia (USC – EUA), o professor José Francisco Salm é ex-coordenador de mestrado na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC/ESAG). O especialista ocupou funções públicas de secretário de Estado e diretor geral da secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina.

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