Caracterizada por uma dor que se irradia para várias partes do corpo, a fibromialgia é considerada uma síndrome, pois provoca diversas manifestações clínicas como distúrbios do sono, fadiga e indisposição. De acordo com a Associação Brasileira de Fibromiálgicos (Abrafibro), pesquisas internacionais apontam que a incidência da fibromialgia atinge até 5% da população mundial.

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Deste total, 7,5% chega a ser hospitalizada em decorrência dos efeitos da doença. No Brasil, estudos indicam que o número de portadores é maior, e acomete principalmente mulheres na faixa etária que varia entre os 30 e 50 anos. Estima-se também, que de cada dez casos, apenas dois são de homens.

Segundo o médico neurocirurgião e colaborador do Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Saint Louis (Missouri- EUA) Paulo Porto de Melo, os pacientes sofrem cronicamente com dores que acometem os músculos, tendões e articulações do corpo.

– A fibromialgia é uma doença crônica com causas específicas ainda desconhecidas, no entanto, sabe-se que envolve fatores genéticos e ambientais. Além disso, pode aparecer após trauma físico, psicológico ou mesmo infecção grave. Ela pode atingir níveis incapacitantes de acordo com a sua limitação física e impacto psíquico – explica Melo.

Sabemos que o aumento da sensibilidade à dor é o principal sintoma da síndrome, entretanto, pessoas com fibromialgia podem apresentar síndrome do cólon irritável e sensibilidade durante o ato de urinar.

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– Os sintomas variam de intensidade em cada paciente. Podendo este apresentar ainda cefaleia, dormência nos braços e nas pernas, sensibilidade ao frio, distúrbios emocionais e psicológicos – informa o médico neurocirurgião.

Tratamento

Embora a doença não tenha cura, alguns tratamentos trazem melhoras substanciais e, por consequência, buscam a recuperação da qualidade de vida do indivíduo.

– Para isso, a primeira medida a ser tomada é referente ao diagnóstico da fibromialgia – que se baseia na identificação dos pontos dolorosos – através de exames como o de termografia – orienta o neurocirurgião.

Depois da análise clínica completa e determinação do diagnóstico, o médico indica o melhor tratamento a ser utilizado, sobretudo, de acordo com a intensidade da síndrome.

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– O tratamento pode contar com a utilização de analgésicos e antiiflamatórios associados a antidepressivos tricíclicos – afirma o médico.

É necessário mudanças no estilo de vida como controlar o peso, aderir à prática de atividades físicas de forma regular.

– Essa doença não causa danos às articulações, músculos ou órgãos internos e um grande número de pessoas apresenta melhora após um determinado tempo de tratamento. Lembrando que, em alguns casos são indicadas seções de fisioterapia ou acupuntura, que apresentam resultados satisfatórios – finaliza Melo.