Se a chapa encabeçada por Darci de Matos (PSD) vencer a eleição, Julio Fialkoski (PSB), de 64 anos, ocupará o cargo de vice-prefeito pela segunda vez. A primeira experiência aconteceu de 1989 a 1992, quando a Prefeitura de Joinville estava sob o comando de Luiz Gomes (Lula). Fialkoski sempre se manteve muito próximo da política, mas não é o que se pode chamar de político de carreira. Na verdade, ele é um empresário bem-sucedido do ramo da construção civil.
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– Comecei do zero, não recebi herança, construí tudo com o meu trabalho – orgulha-se.
A construtora do candidato já ergueu mais de 20 prédios na cidade. Fialkoski também tem plantação de arroz. Colhe em torno de 400 toneladas por safra, e já foi o maior criador de avestruz do Sul do Brasil, com 1.500 exemplares. Hoje, sua fazenda em Araquari conta com 40 aves.
Além do talento para os negócios, logo cedo percebeu a capacidade de liderança quando assumiu a presidência do grêmio do Senai, ainda estudante. Dali por diante, continuou influenciando outros grupos e entidades, foi presidente do Sinduscon, diretor da CDL, conselheiro da Acij e do JEC, entre outras agremiações, sempre com perfil conciliador, que é sua principal marca como líder, afirma.
Na vivência estudantil, Fialkoski conheceu o senador Paulo Bauer, quando este ainda era filiado ao antigo PDS. Já como empresário, Fialkoski ajudou Bauer a vencer a primeira campanha, para deputado estadual. Começava ali a vida partidária e que culminou com a eleição vitoriosa ao lado de Lula para Prefeitura.
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Além de vice-prefeito, Fialkoski acumulou a Secretaria de Planejamento e coube a ele a criação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj), do sistema integrado de transporte para atender aos moradores da zona Sul que trabalhavam na zona Norte, e o asfaltamento da avenida Getúlio Vargas.
Criou, ainda, a Fundação do Meio Ambiente de Joinville (Fundema) e intermediou as negociações com São Francisco do Sul para a anexação do bairro Jardim Paraíso ao município de Joinville.
Um drama familiar dois anos depois de encerrar a gestão na Prefeitura o afastou das campanhas. Em 1994, dois filhos, um de 20 e outro de 17 anos, morreram em um acidente de carro. Ele continuou comandando os negócios e participando da vida partidária, mas fora dos holofotes.
Nos poucos momentos de folga, a grande paixão é a fazenda de Araquari, onde cultiva produtos orgânicos e está rodeado de animais, como vaca, galinha, faisão, pavão, codorna e avestruz. Nesta entrevista ao A Notícia, o empresário diz que aceitou o desafio da campanha pelo desejo de contribuir com a cidade. Confira alguns trechos:
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Indicação na chapa
– A minha indicação como vice na chapa foi do partido, partiu de duas pessoas, do ex-presidente do PSB, Osni Piske ,e do deputado estadual e presidente do PSB, Patrício Destro. Mas conheci o Darci em 1986, no tempo em que ele era técnico da Fundação 25 de Julho e assistiu a um jogo da Copa do Mundo em minha chácara no Vila Nova. Eu acompanhei a vida política dele, é um guerreiro, um batalhador. E quando o partido fez o acerto e me indicou, ele ficou feliz, principalmente quando viu na campanha que eu não tenho rejeição, todo mundo me conhece.
Propostas
– Quando criei o Ippuj, a ideia principal era que o instituto funcionasse fora da Prefeitura para não ter a ingerência direta do prefeito e pudesse pensar daqui a 10, 20, 50 anos. O Ippuj teria que trazer seminários, discutir e deixar uma fábrica de projetos para que o prefeito seguinte tivesse um elenco de projetos para escolher. Sendo um instituto apolítico, faria pensando na cidade, não em política. É o que queremos fazer. Acho que devemos corrigir o Ippuj para esse rumo.
– Na Prefeitura, fiz o projeto de duplicação da Rua Ottokar Doerffel, mas naquele período inflacionário seguido do congelamento do plano Collor, não foi possível executar. Agora, coloquei a questão da duplicação da Rua Ottokar Doerffel e acrescentei o viaduto na esquina (com a Gothard Kaesemodel). Eu disse para o Darci: me deixe pelo menos fazer essa obra, ali já tem necessidade de um viaduto. Fizemos o pré-orçamento, a duplicação custa R$ 15 milhões e o viaduto é R$ 25 milhões. É uma obra que considero de vital importância.
Papel do vice-prefeito
– Não quero ser secretário novamente, quero ajudar o Darci a replanejar a cidade. Para se ter um bom governo, é preciso montar uma boa equipe pois, sozinho, ninguém faz. Esse é o desejo do Darci, que eu faça isso na área de engenharia.
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– Quero também ajudar a buscar recursos dos governos estadual e federal, do Banco Mundial, em todos os órgãos possíveis de financiamento. Nossa cidade tem capacidade de endividamento, mas para buscar recurso tem que ter projeto debaixo do braço.
– Outro aspecto é o licenciamento. É muito licenciamento, tem que se fazer alguma coisa prática, que não fira o meio ambiente e também não atrapalhe o crescimento. Essa é uma área que quero ajudar a repensar, com muita discussão com a Câmara de Vereadores.
– E dentro do gabinete de vice-prefeito quero ter uma linha: o atendimento a criança, mulher e ao idoso. Quando a mulher sai para trabalhar precisa da assistência do Estado para que o filho seja cuidado durante a ausência. O idoso precisa ter o atendimento básico em casa ampliado e fortalecido.
FRASES
“O que mais me atrai na política é a vontade de ajudar as pessoas e a cidade. Não tenho preocupação de ter lazer, tenho preocupação de fazer”.
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“Na campanha, ouvi pedidos de saneamento básico, iluminação pública, parquinho, coisas simples. Esta é a proposta do Darci, começar pela parte básica, depois partir para grandes obras”.
“Uma coisa em que o governo agora foi muito fraco foi a pavimentação. Aquela pavimentação comunitária é fácil de fazer. No interior, onde o tráfego é local, a lajota pode oferecer geração de emprego. Uma ideia seria ocupar a população carcerária”.
PERFIL
Nome: Julio Fialkoski
Partido: PSB
Data de nascimento: 06/05/1952
Local: Ventania (PR)
Grau de instrução: superior completo
Profissão: empresário
Personalidades que servem de inspiração: presidente dos EUA, Barack Obama, e o ex-presidente do Brasil, Juscelino Kubitscheck
Declaração de bens (TRE): R$ 1,5 milhão