O sonho de boa parte dos brasileiros é a aquisição da casa própria e uma das alternativas é recorrer aos financiamentos imobiliários de longa duração. O lado bom dessa história é que a dívida pode ser quitada em um prazo bem inferior com o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Além disso, o recurso é um grande aliado do trabalhador que deseja diminuir o valor das prestação do imóvel no período de 12 meses.

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Segundo a Caixa Econômica Federal, principal instituição financeira na concessão de crédito habitacional no país, o saque do FGTS para a aquisição de imóveis aumentou 21% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. O administrador Marcos Sérgio Dalsóquio, 36 anos, faz parte dessa estatística. Ele comprou um apartamento para morar com a mulher Elisângela e o filho Lucas no bairro Vila Operária, em Itajaí, há oito anos. Desde então já usou o FGTS dele e o da mulher cinco vezes para diminuir o valor das parcelas.

– A prestação que é de cerca de R$ 800 passou para quase R$ 200. Acho vantajoso usar o recurso para deixar as parcelas do financiamento mais suaves do que deixar parado – diz Dalsóquio.

Conforme o superintendente regional da Caixa em Florianópolis, Marcelo Moser, o número de pessoas que utiliza o recurso para amortizar ou diminuir o valor da parcela do financiamento tem aumentado gradativamente. Segundo ele, até o dia 31 de outubro, 15.926 famílias sacaram o FGTS em SC para esta finalidade.

O diretor-executivo da Imobiliária Real Map de São José, Renê Lautharte, explica que o uso do recurso vale a pena porque o dinheiro parado do FGTS gera retorno de 3% ao ano, enquanto o valor amortizado da dívida da moradia oscila entre 6% e 8%.

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Para o advogado da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação, Maycon Machado, a taxa cobrada pelo agente financeiro pode chegar a 12% ao ano. Por isso, o ideal é pagar as parcelas o mais rápido possível e reutilizar o FGTS a cada dois anos para quitar o saldo devedor. Machado lembra que é possível realizar a compra do imóvel à vista com recursos do fundo, desde que esse seja o primeiro adquirido pelo proprietário.

>>> Como fazer

Para diminuir o valor das parcelas, amortizar ou quitar a dívida por meio do FGTS, o cliente precisa:

Comprovar o tempo de trabalho – no mínimo três anos – sob o regime do Fundo de Garantia somados os tempos trabalhados, mesmo que em períodos ou empresas diferentes.

Ser titular ou co-obrigado no financiamento que pretende pagar parte do valor das prestações.

No caso de optar por diminuir o valor das parcelas, o desconto será dado em 12 meses consecutivos.

Na data do pedido para a utilização do FGTS, o cliente poderá ter no máximo três prestações atrasadas. Nova solicitação deverá ser requerida após o término da operação vigente.

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Na amortização, o proprietário não poderá ter prestações em atraso e o imóvel deve ser residencial urbano.

>>>Documentos

O cliente deve levar até o banco o xerox das folhas de identificação da carteira de trabalho para comprovar o tempo de contribuição sob o regime do FGTS, extrato da conta (pode ser retirada no banco), contrato de financiamento, CPF e comprovante de pagamento da última prestação.

Quando for autônomo, o trabalhador terá de levar uma declaração do contratante ou do sindicato.