Mesmo sem ser um centro de produção ou artistas dedicados ao gênero, Joinville vai entrando aos poucos no mapa brasileiro do blues. A realização do 2º Joinville in Blues Festival mostra que há firmeza nessa intenção. Entre quinta-feira e sábado, nove artistas – nomes internacionais, ícones nacionais e atrações regionais – dividirão o palco do Porão da Liga e do Teatro da Liga das Sociedades, todos emulando notas chorosas e/ou o balanço típico de um dos pilares da música tradicional americana.

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Não que o festival viva só de um estilo. Prova disso é a escalação do projeto Folk You para abrir a programação, na quinta-feira. A one man band comandada pelo joinvilense Jack Doug (ex-O Clube da Monareta) nutre igual paixão pelo folk, outro gênero “rural” emblemático, com o qual compõe canções que estarão em seu disco de estreia, programado para este ano.

Na sequência, toca o trio do guitarrista paranaense Décio Caetano, que percorre com destaque o circuito blueseiro do País desde que integrou as bandas White Boots, Friends of Blues e Solution Orchestra. Como artista solo, já dividiu palco com vários nomes do blues americano.

Para finalizar o primeiro dia, um velho conhecido do público local: Rex Johnson, senhor de voz possante que bebeu direto da fonte – os Estados Unidos, onde nasceu há mais de 70 anos. Radicado em Joinville desde a década de 90, Rex tocará clássicos do blues e peças de sua própria lavra, especialmente do disco Prime Time Life, lançado no começo de 2016.

A sexta-feira será o dia de gala do evento, por assim dizer. A começar por Marzio Lenzi, às da guitarra blues rock que muitos conhecem pela Lenzi Brothers, banda de Lages/Balneário Camboriú que mantêm com os irmãos há quase 20 anos. Marzio, porém, toca uma sólida carreira solo, na qual mixa pérolas do cancioneiro blues a composições próprias. O DVD Marzio Lenzi & Raze Blues, lançado em abril, é uma amostra desse trabalho.

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Na sequência vem uma das estrelas desta edição: o gaúcho Fernando Noronha, costumeiramente tido como um dos maiores guitarristas do Brasil e lenda do blues nacional. Na estrada profissional desde 1995, ele já varou o mundo tocando em festivais de blues e jazz. Sua técnica afiadíssima, coloca a serviço de uma sonoridade que mescla o blues a outros gêneros, como o rock, ritmos africanos e elementos bem brasileiros, lhe concedeu espaço privilegiado no cenário.

Fechando a segunda noite estará James Yanci Jones, ou Tail Dragger, como o mestre Howlin’ Wolf o apelidou. Sim, o americano de 76 anos, nascido em Arkansas, foi ganhar a vida ainda nos anos 1960 cantando e tocando gaita em Chicago, onde conviveu com os maiorais. Nunca mais parou. Hoje, acumula, além de rodagem, uma farta discografia e apresentações pelo mundo todo, inclusive no Brasil, onde está pela quarta vez.

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O terceiro e último dia do Joinville in Blues volta ao Porão da Liga para receber a cantora Lily Blumerants, única voz feminina desta edição. Outra “figura carimbada” da cena joinvilense, é reverenciada pela naturalidade com que passeia por blues, jazz, MPB e rock. Mentora do projeto Jam no MAJ, Lily vem de dois discos lançados: o autoral Criaturas e Jazz n’ Roll, com versões feitas ao lado do Quarteto Quartzo.

Antes da tradicional jam session que reunirá todas as atrações do festival no palco do pub, a programação ainda conta com o Leo Maier Trio, nome cada vez mais onipresente nos bares e casas do Estado. Surgido em Blumenau, o grupo tem à frente o cantor e guitarrista Leo Maier, autor de três das seis faixas de Guitar in My Hand, Ep lançado em abril embebido em blues tradicional, jazz e swing.

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Agende-se:

O quê: 2o Joinville in Blues Festival.

Quando: quinta-feira, às 22 horas; sexta-feira, às 21h30 e sábado às 23 horas.

Onde: Porão da Liga Pub (quinta e sábado), teatro da Liga das Sociedades (sexta-feira), na rua Jaguaruna, 100, Centro.

Quanto: quinta e sábado a R$ 25 (homens) e a R$ 15 (mulheres); na sexta-feira, primeiro lote a R$ 60 (mesa central, inteira) e R$ 50 (cadeira lateral, inteira). Ingressos antecipados no site www.ticketcenter.com.br e na Sussurra Boutique, rua Otto Boehm, 1.170. Na sexta-feira, a jam session no Porão é gratuita para quem assistir às apresentações no teatro.