Joinville tem se destacado no esporte paralímpico. A cidade já revelou atletas reconhecidos na natação, atletismo, basquete, bocha e tênis de mesa, por exemplo. E o trabalho começa na base. Na quinta edição do Festival Paralímpico Escolar, realizado na manhã de quarta-feira no Expocentro Edmundo Doubrawa, além de promover a diversão das crianças, o evento serviu para descobrir futuros talentos.
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O galpão junto ao Centreventos se transformou numa arena esportiva. Foram montadas quadras de basquete com cadeira de rodas, futebol, tênis de mesa e de campo, além de uma estrutura recreativa com brinquedos infláveis, cama elástica e mesa de pintura. O evento reuniu 295 crianças com deficiências física ou intelectual, mais 100 amiguinhos que eles puderam levar, de 30 escolas da rede pública. As atividades foram coordenadas por 95 professores de educação física e de atividade especial (AE).
– Achei bem legal, porque sou especial e me sinto melhor aqui – conta Gabriel Antônio Paholski, de 14 anos.
No festival, além do tênis de mesa, o menino com paralisia cerebral cobrou pênaltis com a ajuda das muletas. Para a professora auxiliar Ana Carolina Wolff, o evento é uma oportunidade de Gabriel não se sentir sozinho, mas incluso na sociedade.
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Lucas Borges, de 11 anos, experimentou jogar basquete na cadeira de rodas. Portador de paralisia cerebral, ele participa da escolinha do Centro Esportivo para Pessoas Especiais (Cepe), onde já tem contato com diferentes modalidades, mas prefere o futebol de sete. Segundo o pai, João Borges, o esporte paralímpico é uma maneira de Lucas se reconhecer em pessoas semelhantes.
– É bacana porque as crianças não têm o preconceito que os adultos têm – afirma.
O Cepe é uma instituição que oferece desde escolinha esportiva até treinos para atletas de alto rendimento e atua em parceria com a Fundação de Esporte, Lazer e Eventos de Joinville (Felej). Muitas das crianças que participaram do Festival Escolar integram também o Cepe. Um exemplo é Vitória Suzana de Melo, de 11 anos, que desde os cinco participa da iniciação esportiva da instituição.
Com paralisia cerebral, Vitória disputou tênis de campo com uma menina na mesma condição: ambas aprenderam a marcar pontos se locomovendo em cadeira de rodas. Segundo a mãe, Sonia Kaiser, o esporte ajudou no desenvolvimento motor e intelectual da filha.
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– A socialização também é muito importante. Hoje (ontem), ela trouxe uma amiguinha junto para brincar também, então está bem animada.
Estímulo à troca de experiências
Mesmo que muitas pudessem levar seus amigos, a ideia era formar o time entre crianças que não se conheciam, para estimular a troca de experiências. Lydyane Martins, de 15 anos, experimentou os diferentes esportes, mas se destacou no tênis de mesa, disputado com um menino com a mesma síndrome.
– Além da inclusão, de ela estar junto com outras crianças que têm especialidades, é preciso que eles tenham esse mundo colorido para eles também – diz a professora auxiliar de Lydyane, Édna Mendonça.
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O destaque de Joinville no esporte paralímpico tem rendido frutos: será a cidade do Sul do Brasil a receber a tocha paralímpica, no dia 5 de setembro. Conforme a coordenadora de paradesporto da Felej, Rosicler Ravache, a tocha percorrerá 6,5 quilômetros pela cidade, passando por instituições como o Cepe, Apae, Ajidevi e Adej, além da rua das Palmeiras e Parque Zoobotânico, até o Centreventos, onde haverá uma surpresa.