A 12ª edição do Floripa Tap oferecerá cinco dias de programação de dança, com eventos de graça, a partir desta quarta-feira (19) até o próximo domingo (23) na Capital catarinense. Neste ano, o festival internacional de sapateado abre espaço para debates sobre igualdade, com ênfase na questão racial. O tema será parte de espetáculos e rodadas de conversas com especialistas.
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Entre as atrações estão 17 eventos gratuitos ao público, com atividades que abordarão também questões de gênero, justiça, orientação sexual, idade, capacidade física e origem social. Os temas fazem parte dos estudos da diretora do festival, Marina Coura, que enfatiza a criação do sapateado e a sua relação cultural com a população negra dos Estados Unidos.
— Entendo que ensinar sapateado vai além de aprender técnicas e movimentos. É provocar reflexões sociais nas pessoas por meio da dança — afirma Coura.
A sapateadora explica que essa modalidade de dança é um símbolo cultural que se propagou no mundo por meio da migração forçada dos povos africanos. Para a diretora, promover um espaço para gerar reflexões por meio da arte é necessário para a conscientização das violências e preconceitos que afetam parte da população mundial. O debate “Dança em diáspora: colonialidade e branquitude”, que terá duas edições abertas ao público, busca abordar justamente o papel dos brancos na luta antirracista.
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— Proporcionar espaços para debates a respeito do racismo e igualdade é essencial para provocar questionamentos sobre o papel de cada indivíduo nesse sistema social, que muitas vezes opera na continuidade das apropriações, apagamentos e destituição das culturas afro diaspóricas e suas características — argumenta a sapateadora.
Ainda irão participar dos debates a professora de Psicologia da UFSC Lia Vainer, com temas sobre hierarquia racial, desconstrução do racismo e dinâmicas de famílias inter-raciais; Ana Gori, mestranda na Universidade Federal da Bahia com pesquisa em danças afro referenciadas e conexões com o tap dance; sapateador carioca Hugo Oliveira, doutorando em Comunicação Social com tema sobre ressignificação social da favela; Cauane Maia, doutoranda em Antropologia Social que pesquisa identidades negras em territórios de colonização açoriana; e Lucas Santana, natural de Pernambuco, mestrando em Teatro pela Udesc e estudante de tap desde os 8 anos.
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O Floripa Tap também trará grandes companhias de dança apresentando reflexões sobre racismo e a cultura negra, empoderamento feminino e equidade em diversas camadas da sociedade. Uma das atrações é a primeira companhia tap formada por elenco 100% de pessoas negras, a Black’s On Tap, dirigida pela tap dancer e pesquisadora em danças afro Ana Gori, e que reúne profissionais de Salvador (BA), Campinas (SP) e São Paulo.
A Noite de Gala do festival será no dia 22 de abril, a partir das 20h30, no Centro Integrado de Cultura (CIC). Os ingressos estão à venda no site Blueticket, com 20% de desconto pelo Clube NSC. A programação completa do evento pode ser acessada no site do evento.
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Veja a programação temática do Floripa Tap 2023
Debates
“Dança em diáspora: colonialidade e branquitude”
- 19 de abril, quarta-feira, às 11h na Casa São José (gratuito, vagas limitadas)
- 21 de abril, sexta-feira, às 17h30, no Sesc Cacupé (gratuito, vagas limitadas)
Espetáculos
“Tap, a História”, da companhia Black’s On Tap
- 20 de abril, quinta-feira, às 20h30 no Boulevard 14/32 do Floripa Airport (gratuito)
“Se não agora, quando?”, da companhia Trupe Toe
- 20 de abril, quinta-feira, às 21h, no Boulevard 14/32, Floripa Airport (gratuito)
Roda de Choro Mulheril
- 21 de abril, sexta-feira, às 19h, no Boulevard 14/32, Floripa Airport (gratuito)
Show com Dandara Manoela
- 21 de abril, sexta-feira, às 21h, no Boulevard 14/32, Floripa Airport (gratuito)
Noite de Gala
- 22 de abril, sábado, às 20h30, no Centro Integrado de Cultura (CIC).
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