O Festival de Cinema de Veneza, um dos mais tradicionais do mundo, celebrará sua 70ª edição, de 28 de agosto a 7 de setembro, em um ambiente sombrio, “espelho da realidade”, segundo a programação apresentada nesta quinta-feira em Roma.
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– O cinema reflete as crises que atravessamos, econômica, social, familiar. É o espelho de uma realidade geralmente trágica – explicou à imprensa o diretor do festival, Alberto Barbera.
– Abusos sexuais, violência contra as mulheres, dissolução de laços familiares, crise de valores… Os cineastas não dão sinal de otimismo – resume.
Neste ambiente, vinte filmes vão concorrer ao Leão de Ouro. Entre eles, os anglo-saxões chegam com força: o britânico Stephen Frears apresentará Philomena e seu compatriota Terry Gilliam The Zero Theorem com Christoph Waltz e Matt Damon, enquanto Jonathan Glazer mostrará Under the Skin, com Scarlett Johansson. Do lado americano, serão apresentados os filmes de David Gordon Green – Joe-, com Nicolas Cage, e de James Franco – Child of God.
Entre os grandes nomes em competição também figuram o israelense Amos Gitai – Ana Arabia -, o japonês Hayao Miyazaki – Kaze tachinu -, os franceses Merzak Allaouache e Philippe Garrel, e o cineasta de Taipei Tsai Ming-Liang ou o canadense Xavier Dolan.
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O júri será presidido este ano pelo diretor italiano Bernardo Bertolucci, de 73 anos, que será acompanhado pela diretora e escritora britânica Andrea Arnold, a atriz francesa Virgine Ledoyen, o diretor de fotografia franco-suíço Renato Berta, e a atriz alemã Martina Gedeck.
Para esta 70ª edição, 70 cineastas do mundo inteiro foram convidados a filmar um curta-metragem ilustrando “sua ideia de fazer cinema”. Eles serão apresentados em Veneza sob uma forma ainda a ser determinada.
O Brasil estará presente apenas no documentário Amazonia, de Thierry Ragobert, uma coprodução com a França que será exibido fora de competição.
Veja a lista de filmes em competição:
– “Les terrasses” de Merzak Allouache (Argélia- França)
– “L’intrepido”, de Gianni Amelio (Itália)
– “Miss Violence”, de Alexandros Avranas (Grécia)
– “Tracks”, de John Curran (Reino Unido – Grécia)
– “Via Castellana Bandiera”, de Emma Dante (Itália – Suíça – França)
– “Tom à la Ferme”, de Xavier Dolan (Canadá – França)
– “Child of God”, de James Franco (EUA)
– “Philomena”, de Stephen Frears (Reino Unido)
– “La Jalousie”, de Philippe Garrel (França)
– “The Zero Theorem”, de Terry Gilliam (Reino Unido – EUA)
– “Ana Arabia”, de Amos Gitai (Israel – França)
– “Under the Skin”, de Jonathan Glazer (Reino Unido – EUA)
– “Joe”, de David Gordon Green (EUA)
– “Die Frau Des Polizisten”, de Philip Groning (Alemanha)
– “Parkland”, de Peter Landesman (EUA)
– “The Wind Rises”, de Hayao Miyazaki (Japão)
– “The Unknown Known: The Life & Times of Donald Rumsfeld”, de Errol Morris (EUA)
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– “Night Moves”, de Kelly Reichardt (EUA)
– “Sacro Gra”, de Gianfranco Rosi (Itália)
– “Stray Dogs”, de Tsai Ming-Liang (Taipei – França)