A ida ao Festival de Dança de Joinville, de 18 a 28 deste mês, pode ser combinada com um passeio mais adiante. É o momento de redescobrir a Serra Dona Francisca e os encantos do Planalto Norte de Santa Catarina. São cidades que mesclam a história com o moderno e a natureza.
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Na SC-301 começa a jornada. Nem bem se deixa Joinville e os carros param em cada lombada eletrônica desligada. É uma desculpa para poder ver por mais alguns segundos a serra. Nada se compara ao prazer de subi-la acompanhado do nascer do sol. Os raios rebatem nos montes verdes e conduzem para cima.
Siga sem perder nenhum detalhe.
Campo Alegre
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Fundada em 1853, a cidade rende suspiros. Já na chegada, as paisagens serranas impressionam. Na beira da SC-301, é parada obrigatória o restaurante Dom Camponês, prévia do que o viajante pode encontrar de história e gastronomia. Com construção centenária em formato de castelo, o lugar foi por décadas comércio da Estrada Colonial Dona Francisca. A via de chão batido continua lá. Do outro lado, um rio complementa a cena.
A sugestão é fazer a primeira refeição do dia no restaurante, para degustar o tradicional café colonial. São mais de 15 tipos de queijo, café brasileiro tipo exportação e manjares como o cheirinho de pão de queijo, que pode ser degustado com requeijão catupiry, geleia de amora ou morangos cultivados na horta local.
Depois, a viagem continua até o Centro, onde a paragem obrigatória é a Cascata Paraíso. A 500 metros da Prefeitura, a queda d’água de 60 metros marca presença em uma transição entre o urbano e o rural.
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O museu Sto Lat também pede uma parada. Entre as cerca de 500 peças expostas há ferramentas usadas no garimpo, fósseis e máquinas antigas. Além de objetos usados no campo e artefatos indígenas.
Não dá para voltar para casa de mãos vazias. Na entrada da cidade há um espaço dedicado aos artesãos locais, que produzem artigos com lã de ovelha, madeira, biscoitos caseiros, mel, vinho, geleias, arranjos, cachecóis e até mantas. O espaço fica anexo ao ponto de informações turísticas, à beira da SC-301.
Para fechar o dia, uma caminhada pelo Centro, uma contemplação da arquitetura local e uma visita às lojinhas.
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São Bento do Sul
Seguindo a viagem, deixando de lado o campesinato e o charme rural, começam os atrativos criados pelos imigrantes. São Bento do Sul, conhecida pela chegada dos alemães no começo do século 20, mantém a história sempre presente, mas se aventura nas pequenas delícias do contemporâneo.
O Museu Natural Entomológico, que cheira a novo, faz uma rápida alusão a um dos costumes mais marcantes da cidade até a década de 1980: a caça e a conservação de borboletas. São quase quatro mil espécies doadas por colecionadores para montar o acervo. Animais empalhados, comuns da região, também estão expostos no espaço inaugurado no fim do ano passado, como gatos-do-mato, tatus, corujas e até uma onça.
No Centro, o parque 23 de Setembro reserva muito mais do que árvores e trilhas ecológicas. São mais de duas horas de pura adrenalina na maior trilha de arvorismo do Sul do Brasil. O trajeto inicia já com uma tirolesa e segue por 400 metros em uma caminhada a mais de 15 metros de altura sobre as centenárias araucárias.
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Para quem quiser permanecer no chão há uma pista de paintball com árvores, troncos e arbustos.
Se ainda restar energia, vale um passeio pela gastronomia. Uma grande fábrica de chocolate de São Bento do Sul fechou, mas pequenas foram criadas e mantêm a tradição. Um exemplo é a Chocolates Franz, que mantém equipamentos da primeira metade do século 20 ainda funcionando, ao lado de máquinas modernas, para dar mais sabor às drágeas, aos bombons e às barras.
Para finalizar o dia, a pedida para um delicioso fim de tarde de inverno é uma caminhada pela Praça Getúlio Vargas, no Centro. A arborização chama a atenção. Uma área de 5,5 mil metros quadrados, bancos e arvores centenárias garante bons momentos.
Mais informações:
Departamento de Turismo de São Bento do Sul: (47) 3633-6942
Site: www.turismoemsaobento.com.br
Caminho dos Príncipes
Viagem: São Bento do Sul e Campo Alegre
Total: 16 quilômetros
Tempo mínimo ideal: dois dias
Mais atrações locais
Campos do Quiriri
Conjunto de montanhas de 1,3 mil a 1,6 mil metros. Campo Alegre.
Casa da Colônia
Mercado público de Campo Alegre, oferece produtos típicos. 3632-2393
Oxford
Fábrica e loja de cerâmica de mesa. São Bento do Sul. 3631-3000
Parque Natural Braço Esquerdo
Cachoeiras de até 100 m e uma caverna. São Bento do Sul. 9974-7874
Parque Natural das Aves
Borboletário, trilha dos pássaros, pomares, camping. São Bento do Sul. 9115-8609
Rudnick Mega Store.
Móveis. São Bento do Sul é o principal pólo moveleiro no país. 3631-1111
Museu Municipal Dr. Felippe Maria Wolff
Conta a história da região a partir de artefatos diversos. São Bento do Sul. 3633-5924
Onde ficar
Hotel Fazenda Dona Francisca, Joinville
No meio da serra que dá acesso ao Planalto Norte, pode-se encontrar pousada, restaurante, arvorismo, cavalgada, charrete, piscina térmica, pescaria, lagos com pedalinhos, trilhas, escalada, passeio a trator e cantinho do chimarrão. Contato: (47) 3422-3377 ou 3001-6960
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Hotel Vale das Hortênsias, Joinville
Com chalés, cancha de bocha, salão de jogos, mini pôneis e piscinas térmicas. Mais informações: (47) 3422-2242
Sítio Ponte de Pedra, Campo Alegre
Deve o nome à ponte construída por escravos em 1884 e traz arquitetura e mobiliário de gerações. Mais informações: (47) 3626-2660
Pousada Casa Antiga, Campo Alegre
Fica em propriedade rural com casa colonial centenária e oferece cavalgadas e trilhas. Mais informações: (47) 3632-8181
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Filadélfia Park Hotel, São Bento do Sul
Tem futebol suíço, tirolesa e lagoas para pesca. Mais informações: (47) 3635-1055
Novotel, São Bento do Sul
Oferece sauna, piscina aquecida e quadra de tênis. Mais informações: (47) 3634-1112
Passeio de Maria Fumaça
Mensal, o passeio de maria-fumaça que sai de Rio Negrinho percorre 45 km. O percurso inclui parada para almoço em Rio Negrinho e passagem por túneis, viadutos e pontes da Serra do Mar. A saída de julho será no dia 21.
Mais informações: (47) 3553-0572.