Ainda que não seja comum que o jazz seja o grande contemplado do Festival de Dança de Joinville, foi este gênero que garantiu os prêmios de melhor grupo, melhor bailarina e melhor bailarino na 36ª edição do evento. A Companhia de Dança de Cubatão, que participa do Festival de Joinville desde 2011 quase ininterruptamente, e já haviam levado o primeiro lugar na mesma categoria e gênero no ano passado, neste ano se destacou com a coreografia Além Daqui… e com solos e duos. Por isso, foi contemplada como melhor grupo.

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O curador artístico do Festival, Caio Nunes, que atua há anos como jurado da Mostra Competitiva, comenta que a companhia já era observada e tinha sua evolução analisada há muito tempo.

— Agora eles vem e nos surpreendem com este trabalho belíssimo. O Zeca (Rodrigues, coreógrafo da companhia) fez uma obra que aproveita todas as nuances da música, da iluminação, e este é um caminho que estamos seguindo na seleção, por trabalhos mais diversificados, com olhar na contemporaneidade — afirma Caio.

Ele chamou atenção também para o potencial da bailarina Yasmin Matos, que, apesar da maturidade que demonstra no palco, tem apenas 21 anos, e é fruto da escola municipal de artes da cidade. Ela protagonizou Além Daqui…, e conquistou também o primeiro lugar no solo feminino sênior de jazz e o segundo lugar no solo feminino sênior de dança contemporânea, e foi a escolhida como melhor bailarina desta edição.

O melhor bailarino, Jeison Lopes, do Centro de Artes Pavarini, de São Paulo, também conquistou os jurados com um solo de jazz sênior. Com formação clássica pelo Centro de Artes, Jeison já participou de grandes concursos como o Youth America Grand Prix, em Nova York. Em Joinville, dançou O Acaso de um Homem, que deu a seu coreógrafo também uma indicação a prêmio especial.

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O prêmio especial, que pode ser concedido a profissionais de diferentes aspectos das produções, foi para Andrea Delgado. Segundo Caio Nunes, ela encantou pelo figurino do balé Harlequinade, do Balé Jovem do Centro Cultural Gustav Ritter, de Goiânia.

— Tinha, além de fidelidade ao figurino da obra, ótimo acabamento e bom gosto. Vemos muito isso em Joinville, escolas com produções que se assemelham a trabalhos de companhias profissionais — analisa ele.

Dos oito coreógrafos indicados — número mais alto entre todas as premiações especiais — o contemplado foi Gladstone Navarro, do Grupo Cultura do Guetto, de Minas Gerais. Ele, que veio com sua companhia de carro até Joinville e passou os últimos dias ensaiando de forma intensiva, surpreendeu os jurados com coreografias de danças urbanas inovadoras como o solo masculino “A Bolha” e o duo “Caixa Preta”.

— Os coreógrafos estão se superando a cada ano e, neste ano, os oito indicados tem trabalhos com padrão internacional. E Gladstone trouxe dois trabalhos muito criativos, que trabalham o hibridismo, e por isso foi o escolhido — afirma o curador artístico.

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Confira os premiados especiais:

Melhor Coreógrafo

Gladstone Navarro, do Grupo Cultura do Guetto (MG), foi elogiado por suas criações coreográficas “A Bolha”, apresentada por André Calton (à direita), e “Caixa Preta”, apresentada por Carlos Balarini e Júnior Chagas (à esquerda).

Prêmio Especial

Andrea Delgado recebeu o prêmio pelo figurino do balé Harlequinade, do Balé Jovem do Centro Cultural Gustav Ritter (GO)

Melhor Bailarino

Jeison Lopes, do Centro de Artes Pavarini (SP), dançou um solo de jazz na categoria sênior que deu a ele o prêmio de destaque entre os bailarinos

Melhor Bailarina

Yasmin Matos, da Companhia de Dança de Cubatão (SP), dançou quatro coreografias e foi premiada com primeiro lugar no solo de jazz e no conjunto de jazz, além de segundo lugar no solo de dança contemporânea

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Melhor Grupo

A Companhia de Dança de Cubatão (SP) teve seu bicampeonato no grupo de jazz sênior em 2018, e emocionou a plateia e os jurados com “Além Daqui…”