Quando não estão nos palcos ou nos cursos, o reduto dos participantes do 36º Festival de Dança de Joinville é a maior feira de produtos para dança da América Latina, a Feira da Sapatilha. Com mais de 80 opções de lojas de produtos e serviços voltados à arte do movimento, o espaço fica aberto até o próximo dia 28 em uma área de cerca de dois mil metros quadrados no Expocentro Edmundo Doubrawa. O local serve ainda como ponto de apresentações dos Palcos Abertos espalhados pela cidade.

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E são justamente estes estandes que vêm despertando o interesse e o bolso de bailarinos, professores, coreógrafos e apreciadores da dança. Isso devido às ofertas, muitas vezes mais em conta que os preços praticados no mercado tradicional, mas também porque se sobressaem as tendências e novidades do setor.

Um dos exemplos de inovação vem da “Só Dança”, de Osvaldo Cruz (SP), que traz para Joinville a linha Dk-80, seu lançamento de calçados esportivos para dança, livres de matéria-prima de origem animal. Feito com tecido que proporciona um encaixe ideal e favorece a respiração dos pés, o produto permite maior liberdade de movimento e traz amortecedor em gel com tração multidirecional. Além disso, “desenha” o peito do pé.

— Esse lançamento está sendo bem aceito e muitos acabam comprando também para o uso em caminhadas. Estamos tendo uma boa resposta dos consumidores e o estoque quase zerou, por isso já solicitamos a vinda de outro contêiner do calçado para a Feira — destaca Valcir Silva, professor de dança e alocado no estande.

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Lançamento DK-80, produto livre de matéria-prima de origem animal
Lançamento DK-80, produto livre de matéria-prima de origem animal (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

A ideia de proporcionar mais conforto aos bailarinos durante os exercícios também é a aposta na “Dancin”, de Presidente Prudente (SP). Eles apresentam a “Chinerina”, um aparelho ortopédico que alonga o colo do pé e auxilia a bailarina a trabalhar exercícios de fortalecimento e erguer o pé ou fazer giros com maior precisão. Outro produto de destaque é a tecnologia norte-americana “Flexistrether”, que igualmente ajuda a estimular os passos de alongamento.

Apesar dos itens de figurino e proteção serem os mais procurados, como são o caso das sapatilhas, tênis, collants e peças de roupa, a “D de Dança”, de Campinas (SP), lucra com os materiais de ensino da dança. Presentes na Feira há uma década, eles mantiveram os produtos tradicionais, mas ampliaram a linha de gêneros didáticos lançando dois jogos para as bailarinas e novos materiais lúdicos. Estes últimos tidos como auxiliar para que professores de balé possam tornar as aulas para iniciantes mais atrativas. Isso porque é nesta etapa que há maior número de desistências.

— Temos um jogo da memória que o professor pode estar trabalhando com os bailarinos as primeiras posições e introduzir as demais posições para um próximo nível. Nós temos o jogo de dominó, que são da primeira até a quinta posição e que o professor pode estar incentivando essa prática, porque como a criança é muito visual essa é uma parte importante para trabalhar com a criança, além do raciocínio lógico – aponta a vendedora Larissa Folli.

Estande aposta na comercialização de jogos didáticos para aulas de dança, na Feira da Sapatilha
Estande aposta na comercialização de jogos didáticos para aulas de dança, na Feira da Sapatilha (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Além desses jogos, o estande também conta com cubo/tapete com imagens das posições iniciais do balé. Segundo Larissa, as ideias foram bem aceitas pelo público da Feira.

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— Os jogos estão com preços acessíveis e tendo boa saída, tanto que trouxemos 150 jogos da memória e só temos mais sete deles, isso que ainda estamos no quarto dia de Feira — comemora.

Preços são mais acessíveis, mas é preciso atenção

A bailarina Letícia Lemos prova figurino ofertado na Feira da Sapatilha
A bailarina Letícia Lemos prova figurino ofertado na Feira da Sapatilha (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

No comparativo com as lojas físicas e até mesmo com encomendas direto de fábrica, os consumidores encontram diferenças significativas com relação aos preços praticados na Feira da Sapatilha. Foi essa diversidade de opções que motivou Ana Clara Spricigo, de 16 anos, a marcar viagem de última hora de São Lourenço do Oeste até a Capital Nacional da Dança nesta semana. Conforme ela, a decisão valeu a pena e a ajudou a economizar com os produtos que utiliza para dançar.

— Já cheguei a pagar cerca de R$ 120 por um collant na internet e aqui eu consegui encontrar até dois por R$ 50, com a mesma qualidade daquele. Então, vale a pena — constata ela, que faz Danças Urbanas e Balé.

As bailarinas Dulce Drummond, 30, Laís Pitú, 24, e Lahyne Maia, 15, vieram de Ilhéus (BA) e reafirmam a percepção da catarinense quanto aos valores dos produtos postos à venda. No entanto destacam a importância de manter a atenção quanto a qualidade dos materiais.

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— Os preços estão bem melhores, por um collant já chegamos a pagar até o dobro do preço com relação ao que encontramos aqui. Vale comprar na Feira, mas também é preciso pesquisar e saber a procedência do que você está sendo comprado. Porque, por exemplo, tem sapatilha que é mais barata, mas algumas não têm a mesma qualidade e podem vir a machucar ou não ser duráveis — aponta Dulce.

As bailarinas Laís, Dulce e Lahyne foram às compras, na Feira da Sapatilha
As bailarinas Laís, Dulce e Lahyne foram às compras, na Feira da Sapatilha (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Patrícia Lemos e a filha Letícia, de Belo Horizonte, seguiram a mesma dica e conseguiram encontrar produtos idênticos aos que costumam comprar em Minas Gerais com preço até 27% menor.

— Os produtos estão mais baratos, principalmente para as roupas do dia a dia e cheguei a comprar um estoque de meias de Balé para ela. Um dos produtos que costumamos pagar R$ 30, por peça, na Feira sai por R$ 22 e é da mesma marca — relata Patrícia.