De tempos em tempos, aparecem pequenas joias no palco do Festival de Dança, entre todas as grandes apresentações que chegam à Mostra Competitiva. Não há dúvidas de que esta experiência voltou a acontecer nesta edição, quando a Companhia de Dança de Cubatão, de São Paulo, levou um público de mais de 4 mil pessoas — uma plateia naturalmente mais animada do que a de outros espetáculos — a levantar para aplaudir e ovacionar a coreografia “Além Daqui…”. Ela recebeu o primeiro lugar na categoria conjunto sênior de jazz e foi o principal motivo para que a companhia recebesse o prêmio de melhor grupo do 36º Festival de Dança de Joinville. A bailarina Yasmin Matos, que protagonizou a obra, conquistou também o primeiro lugar no solo feminino sênior de jazz e o segundo lugar no solo feminino sênior de dança contemporânea, foi a escolhida como melhor bailarina desta edição. Ela, o grupo e os outros premiados com destaques especiais se apresentam novamente neste sábado à noite, com as 24 coreografias que foram contempladas com primeiro lugar na categoria sênior, na segunda Noite dos Campeões.

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— Desde a metade da apresentação, quando formam-se “pinturas de quadro”, os bailarinos afirmam que já era possível sentir a energia do público chegando no palco. E, quando terminou, receber tantos aplausos de um público de mais de quatro mil pessoas mostra que atingimos não só a parte técnica mas também artisticamente, para realmente emocionar a plateia — afirma a diretora artística da companhia, Vanessa Toledo.

A Companhia de Dança de Cubatão foi criada em 2004 e é mantida pela prefeitura municipal. Eles participam do Festival de Joinville desde 2011, quase ininterruptamente, e já haviam levado o primeiro lugar na mesma categoria e gênero no ano passado. O curador artístico do Festival, Caio Nunes, que atua há anos como jurado da Mostra Competitiva, comenta que a companhia já era observada e tinha sua evolução analisada há muito tempo.

— Agora eles vem e nos surpreendem com este trabalho belíssimo. O Zeca (Rodrigues, coreógrafo da companhia) fez uma obra que aproveita todas as nuances da música, da iluminação, e este é um caminho que estamos seguindo na seleção, por trabalhos mais diversificados, com olhar na contemporaneidade — afirma Caio.

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Ele chamou atenção também para o potencial da bailarina Yasmin Matos, que, apesar da maturidade que demonstra no palco, tem apenas 21 anos e é fruto da escola municipal de artes da cidade.