Chegar ao palco do Centreventos Cau Hansen para se apresentar na noite de sexta e de sábado é privilégio para poucos, mas, felizmente, para um número cada vez maior de bailarinos. Eles passaram por algumas das “peneiras” mais finas do País, a começar pelas duas fases da seletiva para o Festival de Dança de Joinville. Em 2018, por exemplo, 3.320 trabalhos foram inscritos e apenas 256 compuseram a programação da Mostra Competitiva, aquela que reúne os bailarinos mais virtuosos e as melhores criações coreográficas. Destas, pouco mais de 36 terão a oportunidade de voltar ao palco nas duas Noites dos Campeões, quando os premiados com primeiro lugar em sua categoria e gênero se reapresentam.

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Para alcançar o primeiro lugar no Festival de Joinville, não é necessário apenas ter avaliação melhor que a dos outros grupos: a média das notas dos quatro jurados precisa ser superior a 9, em uma escala que vai até dez. Por isso, a dupla noite dos campeões, iniciada neste ano depois de 35 edições com apenas uma noite, é prova da evolução da dança no país.

— A Noite dos Campeões estava ficando muito longa porque sobram talentos e precisamos entender e respeitar estes trabalhos para oferecê-los como um espetáculo. É um caminho para escoar a excelências destes bailarinos, porque a cada ano percebemos crescimento nos trabalhos — avalia a coreógrafa Thereza Rocha, que em 2018 cumpriu seu terceiro ano como curadora artística do Festival de Joinville.

Entre os contemplados estão grupos e escolas que há anos figuram na lista de melhores do Festival, em um caminho que tem levado bailarinos à profissionalização e revelado grandes coreógrafos. Até a penúltima noite da Mostra Competitiva, 11 grupos que foram premiados com primeiro lugar em 2017 voltaram a ser escolhidos como os melhores em seus gêneros e categorias em 2018. Dos 13 premiados com primeiros lugares em balé clássico de repertório e balé neoclássico neste ano, cinco são de grupos do Centro Cultural Gustav Ritter, de Goiânia, e quatro da Cia de Ballet Adriana Assaf, do Rio de Janeiro. Esta última já recebeu, nesta edição, a oportunidade de levar uma obra completa ao palco do Festival, em um espetáculo de neoclássico apresentado na Estímulo Mostra de Dança.

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— Temos tentando encontrar meios de fomentar estas boas produções, seus intérpretes e coreógrafos, e encontrando modos de realizar novas leituras para eles dentro do Festival — analisa Thereza.

Até quinta-feira, três bailarinas haviam recebido indicação para a premiação especial de melhor bailarina, um jovem a melhor bailarino, o prêmio especial tinha duas indicações e quatro estavam indicados ao prêmio melhor coreógrafo. Entre os coreógrafos há dois “novatos”, pelo menos dentro do Festival, Gladstone Navarro, do Grupo Cultura do Guetto (MG) e Guilherme Riku, do Instituto de Orientação Artística (SP) e dois veteranos, Edson Santos, indicado pela quarta vez e premiado em 2011, e Matheus Brusa, escolhido melhor coreógrafo em 2012.

— Estamos assistindo ao aparecimentos de novos coreógrafos na cena, contribuindo com produções de destaque. Então, reindicá-los e repremiá-los é natural — afirma a curadora artística.

A lista da programação da Noite dos Campeões ficou completa após as apresentações da última noite da Mostra Competitiva, que ocorreu ontem à noite e só foi anunciada após o fechamento desta edição. Os contemplados com primeiro lugar na categoria júnior retornam ao palco hoje para, além de dançar, receberem suas premiações (troféu e certificado). Na noite de sábado, é a vez dos contemplados na categoria sênior. Os premiados com menções especiais (melhor bailarino, melhor bailarina, melhor grupo, melhor coreógrafo e prêmio especial) se apresentam nas duas noites. Os ingressos para as Noites dos Campeões já estão esgotados desde a abertura da venda, em abril, mas a bilheteria libera a venda de lugares meia hora antes do início do espetáculo, referentes a convites que não foram resgatados.

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O quê: Noite dos Campeões

Quando: sexta e sábado, às 19h15

Onde: Centreventos Cau Hansen (avenida José Vieira, 315, América, Joinville)

Quanto: ingressos de R$ 24 a R$ 110, à venda na bilheteria do Centreventos e no site Ticket Center. As duas noites tinham ingressos esgotados, mas a bilheteria libera alguns lugares meia hora antes do início do espetáculo.