Com apenas 14 anos, Isabela Orsi já tem uma história longa de amor com a dança. Ela era bebê quando a mãe, Rosângela, a levava no colo para assistir às apresentações do Festival de Dança de Joinville, acompanhando a filha de uma amiga que dançava sob a coordenação da coreógrafa Liliana Vieira. Quando chegou aos cinco anos, o jazz foi a escolha de atividade física para gastar a energia da filha única, sem que nenhuma pretensão de medalhas estivesse sob o horizonte.

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— Ela adorava assistir às apresentações de dança, então foi uma decisão natural de opção “extracurricular”. Só depois é que fomos percebendo tudo o que vem junto, com as competições e a seriedade que essa escolha trouxe — conta Rosângela.

A mãe não sabia, no momento em que escolhia a escola de dança, que ela não só ingressava em uma companhia que tornaria-se uma das maiores campeãs de danças populares do Festival de Joinville, mas que Isabela iria mirar ainda na infância fazer parte do elenco competidor.

— Eu era pequena e já me inspirava muito nas meninas mais velhas que competiam no Festival de Dança. Tem bailarinas que marcaram tanto que até hoje falamos sobre elas. Sempre foi meu sonho e, no dia em que me avisaram que iria começar a ensaiar para o Meia Ponta, foi o dia mais feliz — recorda a adolescente.

Isabela participa das mostras competitivas do Festival de Joinville há cinco anos: começou aos nove anos, na categoria infantil, em apresentações que ocorrem à tarde no Teatro Juarez Machado. Agora, é destaque na coreografia “O Jardim de Flor de Lotus da Imperatriz Mey”, que concorre na categoria conjunto júnior de danças populares internacionais na próxima segunda-feira.

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Para chegar a este momento, a carga horária de aulas e ensaios pulou de dois a três ensaios por semana para todos os dias a partir de abril e, com o convite de uma rede de shoppings para apresentações especiais dos destaques da cidade, ela chega a passar quase quatro horas por dia dentro do estúdio de dança. Passeios, festas e sessões de cinema nas horas de folga, tão comuns entre os adolescentes desta idade, precisam ser cancelados; e os estudos precisam ser encaixados em horas de folga.

— É normal chegar no estúdio e me ver sentada fazendo as tarefas da escola nos intervalos, com as outras meninas do lado fazendo seus trabalhos também. Mas não é um sacrifício porque foi uma rotina que cresceu naturalmente com a gente — conta ela, que concilia a dança com aulas de inglês e alemão no contraturno do 9º ano do Ensino Fundamental.

Isabela é bailarina destaque da coreografia deste ano em danças populares internacionais, categoria júnior
Isabela é bailarina destaque da coreografia deste ano em danças populares internacionais, categoria júnior (Foto: Salmo Duarte)

Joinvilenses que são destaque em danças populares

A Companhia Liliana Vieira, da qual Isabela faz parte, é hexacampeã da categoria júnior e tetracampeã no Meia Ponta, além de ter outras premiações na categoria Sênior do Festival e até participações em concursos em Nova York. A coreógrafa, Liliana Vieira, é uma referência em danças populares na região. No Festival 2019, suas alunas participam com duas coreografias no Meia Ponta, além da obra que Isabela dança com o grupo júnior na Mostra Competitiva.

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Estudante da Escola Municipal Gov. Pedro Ivo Campos, Isabela divide a sala de aula com bailarinos do Projeto Dançando na Escola, que são grandes destaques do Festival de Joinville no mesmo gênero. No início da década, a rivalidade era inevitável entre os adolescentes joinvilenses dos dois grupos, que em alguns anos se alternaram entre o primeiro e o segundo lugar na Mostra Competitiva. Isabela não fez parte desta geração que agora, garante ela, não vive mais esta rivalidade.

— As meninas de cada grupo foram saindo e as que estão agora não vivem mais este sentimento. Acho que o fato de eu estudar na Pedro Ivo nos aproximou, porque durante o Festival nós nos encontramos e ficamos todos juntos conversando — afirma.