As festas universitárias estão sendo retomadas neste primeiro semestre de 2022 e reúnem em Florianópolis milhares de pessoas de diferentes regiões de Santa Catarina. Os eventos, que foram paralisados durante os dois anos da pandemia da Covid-19, acontecem mensalmente. 

Continua depois da publicidade

> Receba notícias de Florianópolis e região pelo WhatsApp

Conforme o superintendente de turismo da Capital, Vinicius de Luca, os eventos ocorrem há anos, mas estão crescendo gradativamente e causando certa movimentação econômica.

— As festas universitárias estão cada vez mais profissionais e voltaram com força. As empresas estão mais estruturadas, os espaços de eventos e outros fornecedores os reconhecem como um nicho importante. Elas movimentam estudantes do Estado inteiro, dos principais polos universitários: Blumenau, Itajaí, Joinville, Criciúma, Tubarão, Lages e Balneário Camboriú. Em muitos casos, com atrações nacionais, cada evento tem trazido centenas de pessoas de fora de Florianópolis – e muitos deles não ficam somente no dia do evento, consumindo serviços e produtos em Florianópolis por mais tempo — conta. 

As festas, que normalmente são no estilo Open Bar ou Open Food, são organizadas por estudantes para arrecadar dinheiro para a formatura. 

Continua depois da publicidade

Em algumas ocasiões, alunos de diferentes instituições, que fazem o mesmo curso, se unem para organizar um único evento. Anualmente são duas edições de cada festa, divididas no primeiro e segundo semestre. 

Algumas das mais populares entre os alunos são a Betonada (Engenharia Civil), Endireita (Direito), Insanitária (Engenharia Sanitária), Injeção Eletrônica (Engenharia Elétrica), Linguição da Automação (Automação), Pato Loko (Odontologia), Peqado (Engenharia Química), Tarja Preta (Farmácia) e Apocalipse (Administração e Economia). 

No último sábado (7) os estudantes de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram os responsáveis pela 24ª edição da Betonada, que aconteceu no Music Park, em Jurerê. O evento, conforme a organização, reuniu cerca de 11,3 mil pessoas e exigiu comprovante de vacinação contra a Covid-19.

O formando e coordenador geral da festa, Arthur Pereira da Silva Oliveira, explica como os estudantes se organizam há 14 anos para fazer uma festa com milhares de pessoas acontecer.  

Continua depois da publicidade

— A gente forma uma comissão todo semestre com graduandos do curso, elege coordenadores de área e cada uma tem uma atribuição. Depois começamos a negociar com fornecedores. Hoje, por conta da tradição da festa, é um pouco mais fácil pois já temos alguns parceiros e também fornecedores de som, iluminação e bebida que costumam trabalhar com a gente, conhecem a festa e nosso padrão de entrega — diz.

Para a segurança dos estudantes, as festas contam com ambulatórios, seguranças e policiamento. 

— Nós trabalhamos com um número acima do necessário para o público da festa e, como é um evento Open Bar, o número de ocorrências acaba subindo. Por isso a gente costuma estar precavido, contratamos brigadistas e montamos um ambulatório a mais além do que já tem na casa — conta o estudante. 

Para um dos DJs que se apresentou na festa, Vinicius Fagundes, o retorno dos eventos universitários foi marcante para a carreira que ele precisou deixar de lado por causa da pandemia. 

— No período da pandemia, nós do seguimento da música pensamos que nunca mais poderíamos trabalhar. Foi nesse período que tive que sair da minha área de DJ e começar a produzir conteúdo para a internet para ter uma renda. Na pandemia eu fiquei sem renda nenhuma. Dei sorte porque vários lugares gostaram do meu conteúdo, meu Instagram começou a expandir e ai comecei a ganhar dinheiro com a internet. 

Continua depois da publicidade

— Voltei a trabalhar como DJ em outubro de 2020, ganhando muito pouco porque o setor de eventos estava quebrado e iam poucas pessoas na época e era um modelo muito difícil por causa de todas as restrições. Foi muito triste, então voltar agora pra um evento universitário, que reúne milhares de pessoas, e ver um palco lotado, com milhares de pessoas pulando e cantando músicas LGBTQIA+, todo mundo unido, sem briga, foi a coisa mais bonita que eu podia receber em 2022 — conta. 

Conforme lembra o superintendente de Luca, ainda não existe um estudo que apresente economicamente a movimentação causada por pessoas de fora que desembarcam na Ilha para as festas, mas a tradição dos eventos universitários em Florianópolis tende a aumentar ainda mais a presença do público de fora.

Leia mais: 

Resort de SC promove evento com especialistas em bem-estar do país

Tite divulga lista de convocados da Seleção para os amistosos de junho

Anitta dará aula sobre negócios e marketing em universidade