A oito dias do início da Marejada, os preparativos já começaram na área do Centreventos de Itajaí. Aos poucos, o local vai ganhando as cores e os sabores da festa portuguesa. A expectativa, porém, não se repete nos hotéis e pousadas da cidade. A lotação decorrente das festas de outubro, em Itajaí, não deve passar de 15%, segundo o Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sindhoteis). Bem menos do que a vizinha Balneário Camboriú, onde 40 a 60% dos leitos estarão ocupados até o final da temporada de festas.

Continua depois da publicidade

Os números não incluem a expectativa para o feriado prolongado de 12 de outubro, em que as reservas chegam a 90% em Balneário Camboriú, e a 50% em Itajaí. No lar da Marejada, porém, a ocupação não está necessariamente ligada à festa:

– Estou com todos os quartos ocupados para o feriado, mas os hóspedes não vêm atrás das festas de outubro – diz Katherine Santos, gerente de uma pousada na Praia Brava.

O que muda é o perfil dos hóspedes. Enquanto em Balneário Camboriú o foco, nesta época, são os grupos de excursões interessados no circuito de festas, em Itajaí a procura se concentra em executivos, que vêm à região a negócios – assim como ocorre no resto do ano.

Continua depois da publicidade

– No segmento empresarial, estamos muito bem. Mas o turístico ainda é muito abaixo do esperado. A procura em função das festas de outubro é pequena, até porque sofremos com a oferta enorme de Balneário Camboriú – diz o presidente do Sindhoteis, Aldo Sandri.

No último ano, dois hotéis fecharam na cidade por falta de demanda. Sandri acredita que investir em grandes eventos como a Volvo Ocean Race, que trouxe turistas à cidade fora de época, pode reforçar a vocação de Itajaí para receber visitantes.

Katherine também cita o exemplo da Regata Volta ao Mundo, e diz que investir em gastronomia de qualidade – como ocorreu durante a Volvo – poderia movimentar a Marejada e, em consequência, aumentar a lotação dos hotéis.

Continua depois da publicidade

– Qualificar a festa pode ajudar a atrair o público de fora – acredita.

Desafio da Marejada é reformulação

Um dos quesitos que torna a hotelaria em Balneário Camboriú mais competitiva que a de Itajaí é a quantidade de leitos. São 20 mil, quase sete vezes mais do que a cidade vizinha. Para aumentar a competitividade do setor – e ajudar o cliente a escolher o meio de hospedagem, o Ministério do Turismo desenvolveu um novo sistema de classificação por estrelas, válido desde a semana passada.

Foram estabelecidos sete meios de hospedagem: hotel, resort, hotel fazenda, cama&café, hotel histórico, pousada e flat, e a classificação vai de uma a cinco estrelas, dependendo da categoria. Entre os requisitos analisados estão infraestrutura, serviços e sustentabilidade.

– É um sistema interessante, ainda mais que fazemos muitas vendas pela internet – diz Dirce Fistarol, do Sindisol.

Presidente do Sindhoteis, Aldo Sandri acredita que a classificação será benéfica tanto para o os hotéis quanto para o consumidor:

– Ao procurar uma hospedagem, a pessoa poderá saber que tipo de hotel procura, que serviços e a que preço.

Para receber a classificação, o hotel precisa estar cadastrado no sistema Cadastrur, que envolve todos os setores de turismo. A classificação não é obrigatória e, por enquanto, apenas 19 hotéis de Balneário Camboriú estão na lista. Em Itajaí, ainda não há hotéis cadastrados, segundo o Sindhoteis.