Este sábado será colorido para os amantes de música eletrônica do Litoral. O gosto de saudosismo está no ar com o retorno de um dos principais eventos da cultura eletrônica catarinense.
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A Leeloo Club, festa que marcou o fim da década de 1990 e início dos anos 2000, retorna a Camboriú em um formato diferente, porém com a característica de inovação tecnológica que estabeleceu a marca como um ícone do entretenimento noturno no Estado.
Para o idealizador da festa, Lisandro Heusi, o DJ Lika, o tempo passou em um piscar de olhos. Ele ainda lembra os detalhes da primeira edição da festa, realizada no antigo Armazém Bar, em Balneário Camboriú.
À frente do estabelecimento, foi projetada uma escultura em forma de pirâmide metálica, que reproduzia uma obra do renomado designer francês Philippe Starck. Tecidos translúcidos iluminados e o uso de papel holográfico simulavam uma terceira dimensão dentro do clube. A iluminação predominante era a luz negra e o laser, ainda uma novidade para a época, compunha com a música um ambiente transcendental.
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A Leeloo Club coincidiu com um período importante para cultura eletrônica, que era a chegada do movimento clubber ao Brasil. As edições da festa pareciam verdadeiros eventos de moda. Na passarela da dança, tinha desfile de cabelos tingidos, óculos coloridos e roupas fluorescentes. Havia, também, quem chegasse ao evento de patins ou skate.
Na edição mais marcante da Leeloo, no verão de 2001, mais de cinco mil pessoas passaram pela Barra Sul. Artistas faziam malabarismo e acrobacias, enquanto outros circulavam com pernas-de-pau entre o público. Astronautas de metal, dançarinos mágicos suspensos no ar e performers eram presença constante. Culturalmente falando, a Leeloo era a versão dançante do movimento conhecido na literatura como realismo fantástico.
Personagem
O título da festa fazia analogia à personagem Leeloo, vivida pela atriz Milla Jovovich no filme francês O Quinto Elemento. E para o retorno da Leeloo Club, neste sábado, uma das principais novidades será a materialização inédita da personagem. Queli Moura, ex-promoter de casas noturnas como Ibiza e Ayia Napa, foi recrutada para dar vida à boneca.
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As imagens da coreografia foram gravadas previamente em estúdio e serão exibidas por mais de 20 projetores durante o evento. O estilista Luciano Navarro foi o responsável pelo figurino ousado. Queli, que participou de muitas das 20 edições da festa, antecipa:
– A Leeloo é um convite ao encantamento. Venha quem vier. Basta simplesmente estar disposto a dançar e ser feliz.
Para não perder o cacoete artístico e reintegrar o público do passado, a organização do evento enviou kits personalizados aos jornalistas e ex-habitués da Leeloo Club. Fitinhas personalizadas, adesivos, chaveiro e ingressos compuseram o manual de boas-vindas. Outra forma de agradar os exclusive members, maneira como Lika prefere chamar os convidados vips, será abrir o Espaço Garden, às 21h, para uma pocket show surpresa.
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Estilos musicais da Leeloo Club
1999 – house music
2001 – tribal house e techno
2002 – tech e hard house
2004 – house music
Line-up da Leeloo Club deste sábado
Pista 1
21h – DJ Ingrid (Brasil)
23h – Ton Antony (Brasil)
0h30min – Steve Travell (Inglaterra)
1h30min – Dirty Vegas Live (Inglaterra)
Lika Live ( Brasil)
Guy J (Israel)
Pista 2 – Chill Out
22h – Gab Martins (Brasil)
Dub Noise (Brasil)
Serviço
Quando: 13 de julho
Onde: Espaço Garden Shows & Eventos
Endereço: Rua João da Costa, 3051 – Camboriú
Horário: 21h (exclusive members) e 22h (público geral)
“A cena eletrônica continua em constante expansão”, diz Lisandro Heusi, o DJ Lika, idealizador da festa
O idealizador da festa, Lisandro Heusi, o DJ Lika, falou com exclusividade para o blog Social Club. Lika revelou que a DJ Ingrid será a responsável por fazer o aquecimento para a grande atração da noite de sábado, a banda inglesa Dirty Vegas. Pronto, o show já pode começar.
Como surgiu a ideia de fundar a Leeloo?
No auge dos anos 1990, Londres borbulhava ao som dos melhores DJs e clubes no mundo e, por sorte, nesta época, tanto eu como o Marcelo Fronza, meu ex-sócio na festa, morávamos lá. Além de absorver a cultura da cidade e o comportamento do público clubber, a house music nos marcaria para sempre. Ao voltar para o Brasil, o desejo de poder realizar festas tornou-se realidade com mais de 20 edições da Leeloo Club, realizadas entre 1999 e 2004.
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Qual era o principal diferencial da festa para a época?
Em todas as edições eram criados ambientes com decoração inédita dentro de uma linha futurista, alta tecnologia de laser, som e luz. Criávamos sensações positivas e uma atmosfera inesquecível. Esta simbiose entre o público, DJs e a produção do evento conquistava os admiradores da música eletrônica, que se tornavam Leeloo lovers.
O que mudou na cena eletrônica desde então?
Como acontece em segmentos como o meio fashion, a cena eletrônica continua em constante expansão. Os timbres e linhas de som estão mudando a cada ano, renovando assim a preferência do público por diferentes estilos musicais. Para esta edição, o carro-chefe musical será o gênero house e vertentes. Uma década atrás mesclávamos gêneros como house, techno e psy.
E o que o público pode esperar de inovador para esta edição?
Esta será uma festa de alta tecnologia. Trabalharemos com mais de mil metros quadrados de projeção, mapping e lasers de três cores para proporcionar uma experiência visual única. A ideia de dar vida à Leeloo promoverá maior interatividade com o público. Além das imagens, haverá também aparições inusitadas da personagem ao vivo. Há também uma preocupação com a sustentabilidade. O lixo produzido durante a festa será encaminhado para a reciclagem e o valor obtido com a venda do material, reverteremos à ONG Viva Bicho.
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