Muito além de um parque cheio de gente durante dez noites consecutivas e uma programação recheada de shows musicais para todos os gostos, a Festa Nacional do Pinhão mexe com força na economia da Serra Catarinense.

Continua depois da publicidade

.: Previsão do tempo: inverno chega mais cedo a Santa Catarina

Vários são os setores de produtos e serviços que se beneficiam dessa movimentação, e o que mais ganha é o hoteleiro, que registra lotação total e a necessidade de vagas extras. E para esse feriadão, não bastasse a folga prolongada e a própria festa, outro grande atrativo está à espera dos turistas: o frio, que promete ser intenso.

Só em Lages existem 3,3 mil leitos na rede hoteleira convencional. Incluindo os municípios de Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, São Joaquim, Urubici e Urupema, que compõem a região turística mais fria do Brasil, o número de leitos praticamente dobra e chega a seis mil. E todos estarão ocupados até domingo, quando acaba a 26ª edição da festa.

Como essa realidade já é tradição, o que deixa muitos turistas sem lugar para dormir, surgiu há alguns anos um serviço interessante para minimizar a superlotação em Lages: as pousadas alternativas, como o sítio do pecuarista Daniel Camargo Klein, na localidade de Índios, às margens da BR-282 e a 12 quilômetros do parque da festa.

Continua depois da publicidade

As hospedagens são amadoras e não obedecem aos critérios técnicos exigidos de um hotel, mesmo assim, são submetidas a uma série de regras impostas pela prefeitura para que possam ser anunciadas e disponibilizadas como opções oficiais de hospedagem.

Fogo de chão: atrativo no sítio de Daniel. Foto: Pablo Gomes, Agência RBS

Neste ano, 40 imóveis foram cadastrados em vários bairros, num total de 480 leitos que ajudam a incrementar os resultados bastante positivos obtidos pela rede na cidade. Levantamento feito pelo Diário Catarinense junto a hotéis, secretaria de Turismo de Lages e Conselho de Turismo da Serra (Conserra) aponta que, em Lages, o valor médio da diária por pessoa fica na casa dos R$ 200.

Nas demais cidades da região o preço cai para R$ 100. Considerando uma ocupação média de 90% durante toda a festa, chegando aos 100% durante o feriadão – em Urubici existem outros eventos ocorrendo neste feriadão, mas a festa sozinha garantiria a lotação -, estima-se que só a rede hoteleira da Serra tenha neste período pra lá de especial um faturamento direto de R$ 8 milhões, sendo R$ 7 milhões apenas em Lages.

E se ainda for incluída a rede gastronômica e os souvenirs, somem-se mais R$ 5 milhões, aumentando o faturamento destes três setores para nada menos que R$ 13 milhões. Já o comércio, com cerca de dois mil estabelecimentos na cidade, prevê aumento de 8% nas vendas, especialmente dos artigos de inverno, em relação à Festa do Pinhão do ano passado.

Continua depois da publicidade

– E não estamos contando os postos de combustíveis, os mercados com os moradores que enchem as geladeiras para receber parentes e amigos em suas casas e uma série de outros setores que ganham direta e indiretamente com a festa -, diz Ana Vieira, turismóloga da secretaria municipal de Turismo, referindo-se também aos táxis, estacionamentos e às cinco mil pessoas que trabalham toda noite no parque, muitas das quais obtendo lucro extra.

ESTIMATIVAS DA FESTA DO PINHÃO

* Rede hoteleira da Serra: 6 mil leitos (só em Lages são 3,3 mil convencionais e 480 alternativos)

* Valor médio da diária por pessoa em Lages: R$ 200

* Valor médio da diária por pessoa nas demais cidades turísticas da região: R$ 100

* Ocupação média durante toda a festa: 90%

* Ocupação durante o feriadão de Corpus Christi: 100%

* Estimativa de faturamento da rede hoteleira da Serra: R$ 8 milhões, sendo R$ 7 milhões só em Lages

* Estimativa de faturamento da rede gastronômica e souvenirs: R$ 5 milhões

* Previsão do comércio: aumento de 8% das vendas em relação a 2013

FONTES: Hotéis, Secretaria de Turismo de Lages e Conselho de Turismo da Serra (Conserra)